(UFU - 2022)
O intelecto humano não é ato de algum órgão, mas é uma certa capacidade da alma, que é forma do corpo. Por isso, é próprio dela conhecer a forma existente individualmente na matéria corporal, não porém na medida em que está em tal matéria. Ora, conhecer o que está na matéria individual, não na medida em que está em tal matéria, é abstrair a forma da matéria individual, que as fantasias representam. Por isso, é necessário dizer que o nosso intelecto intelige o que é material abstraindo das fantasias; e, através do que é material, assim considerado, chegamos a algum conhecimento do que é imaterial, assim como, pelo contrário, os anjos conhecem o que é material através do imaterial.
AQUINO, Tomás de. Suma de Teologia. Primeira Parte, questões 84-89. Tradução de Carlos A. R. Nascimento. Uberlândia: EDUFU, 2005. p. 133.
Sobre o modo como conhecemos as coisas materiais, é correto afirmar que, segundo Tomás de Aquino (1224-1274),
conhecemos a natureza das coisas por rememoração, com base nas ideias eternas, que estão em nosso intelecto desde o nascimento.
conhecemos a natureza das coisas do mesmo modo que os anjos, ou seja, por iluminação divina, sem utilizarmos os nossos sentidos.
não conhecemos a natureza das coisas materiais pelo nosso intelecto, e sim pelos sentidos, pelo intelecto conhecemos apenas as coisas imateriais.
não conhecemos a natureza das coisas materiais diretamente, e sim por meio de uma cooperação entre os sentidos e o intelecto, chamada de abstração.
Gabarito:
não conhecemos a natureza das coisas materiais diretamente, e sim por meio de uma cooperação entre os sentidos e o intelecto, chamada de abstração.
d) Correta. não conhecemos a natureza das coisas materiais diretamente, e sim por meio de uma cooperação entre os sentidos e o intelecto, chamada de abstração.
Segundo Tomás de Aquino, o conhecimento das coisas materiais envolve a interação entre os sentidos e o intelecto. Os sentidos captam as características sensíveis dos objetos materiais, como cor, forma, som, entre outros, enquanto o intelecto realiza a abstração, que é o processo de separar e considerar a forma ou essência das coisas, desvinculada da matéria individual. Portanto, o intelecto abstrai a forma da matéria individual, permitindo-nos conhecer a natureza das coisas materiais de maneira mais profunda e universal.
Assim, de acordo com Aquino, o conhecimento das coisas materiais não é meramente sensorial, mas envolve uma cooperação entre os sentidos e o intelecto, por meio da abstração.
a) Incorreta. conhecemos a natureza das coisas por rememoração, com base nas ideias eternas, que estão em nosso intelecto desde o nascimento.
Essa noção se refere a teoria das Ideias de Platão.
b) Incorreta. conhecemos a natureza das coisas do mesmo modo que os anjos, ou seja, por iluminação divina, sem utilizarmos os nossos sentidos.
Para Tomás de Aquino, os sentidos são um elemento indispensável ao conhecimento.
c) Incorreta. não conhecemos a natureza das coisas materiais pelo nosso intelecto, e sim pelos sentidos, pelo intelecto conhecemos apenas as coisas imateriais.
De acordo com Aquino, o conhecimento das coisas materiais não é meramente sensorial, mas envolve uma cooperação entre os sentidos e o intelecto, por meio da abstração.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
Ver questão
(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
Ver questão
(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
Ver questão
(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
Ver questão