(UFU - 2022)
Como considerar pertencente à classe média um taifeiro aposentado entrevistado pela Folha de S. Paulo se, apesar de ganhar mensalmente R$ 3.400,00, ele sustenta cinco pessoas? Sua família não tem lazer, ele diz nunca terem ido a um cinema, moram em rua sem calçamento que, até bem pouco tempo atrás, sequer possuía rede de esgoto.
YACCOUB, Hilaine. A chamada “nova classe média”. Cultura material, inclusão e distinção social. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 17, v. 36, p. 197-231, jul./dez. 2011.
As reflexões em torno da identificação de uma nova classe média remetem ao debate sobre a definição do conceito de classe social. Nesse caso, é correto afirmar que o autor do texto define esse conceito pelo(a)
estado das relações de produção e pela capacidade de desenvolvimento de uma consciência de classe.
distribuição desigual de renda e pelo acesso a bens duráveis.
articulação das dimensões econômicas, simbólicas e culturais.
poder de compra de diferentes estratos sociais aliado ao acesso à infraestrutura urbana.
Gabarito:
articulação das dimensões econômicas, simbólicas e culturais.
c) Correta. articulação das dimensões econômicas, simbólicas e culturais.
O autor do texto define o conceito de classe social pela articulação das dimensões econômicas, simbólicas e culturais. A identificação de uma nova classe média não se baseia apenas no estado das relações de produção, na distribuição de renda, no poder de compra ou no acesso à infraestrutura urbana. Ela envolve também elementos simbólicos e culturais, como estilo de vida, padrões de consumo, acesso a bens culturais e formas de sociabilidade. No caso mencionado, mesmo que o taifeiro aposentado tenha um rendimento mensal relativamente alto, as condições de vida de sua família, como a falta de lazer, o acesso limitado a bens culturais e as condições precárias de moradia, indicam que eles não se enquadram no perfil típico da classe média.
a) Incorreta. estado das relações de produção e pela capacidade de desenvolvimento de uma consciência de classe.
O estado das relações de produção e a capacidade de desenvolvimento de uma consciência de classe são elementos importantes para a definição do conceito de classe social, mas não são os únicos critérios considerados pelo autor do texto.
b) Incorreta. distribuição desigual de renda e pelo acesso a bens duráveis.
Embora a distribuição desigual de renda e o acesso a bens duráveis sejam aspectos relevantes para a definição do conceito de classe social, eles não são os únicos critérios considerados pelo autor do texto.
d) Incorreta. poder de compra de diferentes estratos sociais aliado ao acesso à infraestrutura urbana.
Embora o poder de compra de diferentes estratos sociais e o acesso à infraestrutura urbana sejam fatores importantes para a definição do conceito de classe social, eles não são os únicos critérios considerados pelo autor do texto.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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