Questão 77769

(ENEM PPL - 2022)

 

Houve uma rede de televisão brasileira que conseguiu, com ousadia e exclusividade, uma entrevista com o presidente da Líbia, logo após o bombardeio de sua casa pela aviação estadunidense, em 1986. Foi constrangedor para Kadafi e para os telespectadores ouvir as perguntas: “O que o senhor sentiu quando percebeu o bombardeio? O que o senhor sentiu quando viu sua família ameaçada? O que o senhor achou desse ato dos inimigos?”. Nenhuma pergunta sobre o significado do atentado na política e na geopolítica do Oriente Próximo; nenhuma indagação que permitisse furar o bloqueio das informações a que as agências noticiosas estadunidenses submetem a Líbia.

CHAUÍ, M. Simulacro e poder: uma análise da mídia. In: A ideologia da competência. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

 

O argumento levantado no texto é uma crítica ao papel da imprensa brasileira por

A

problematizar a narrativa dos acontecimentos históricos.

B

dissimular a parcialidade dos conteúdos midiáticos.

C

defender o partidarismo dos relatos jornalísticos.

D

julgar a visão autoritária dos discursos oficiais.

E

explorar a lógica bipolar dos eventos globais.

Gabarito:

dissimular a parcialidade dos conteúdos midiáticos.



Resolução:

a) problematizar a narrativa dos acontecimentos históricos. 

Incorreto. O texto não critica o ato de problematizar a narrativa dos acontecimentos históricos, mas sim a falta dessa problematização por parte das mídias. 

b) dissimular a parcialidade dos conteúdos midiáticos.

Correto. Quando falamos de dissimular a parcialidade dos conteúdos midiáticos falamos de esconder ou disfarçar uma opinião ou perspectiva enviesada que está sendo apresentada em um meio de comunicação. Isso pode ser feito de várias maneiras, como omitindo informações relevantes, selecionando cuidadosamente as fontes que são citadas, escolhendo as palavras de forma tendenciosa ou manipulando imagens e vídeos para apresentar uma narrativa específica. Essa crítica à imprensa brasileira é claramente exposta no texto ao dizer sobre o fato de que não houve "nenhuma pergunta sobre o significado do atentado na política e na geopolítica do Oriente Próximo; nenhuma indagação que permitisse furar o bloqueio das informações a que as agências noticiosas estadunidenses submetem a Líbia."

c) defender o partidarismo dos relatos jornalísticos.

Incorreto. O texto é contra esse tipo de posicionamento dos relatos jornalísticos.

d) julgar a visão autoritária dos discursos oficiais.

Incorreto. De acordo com a perspectiva trazida pelo autor, falta na imprensa brasileira esse julgamento, visto que ela perpetua o controle dos discursos oficiais estadunidenses.

e) explorar a lógica bipolar dos eventos globais.

Incorreto. O texto não mostra a imprensa brasileira explorando de fato essa lógica bipolar dos eventos globais. 



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

Ver questão

Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

Ver questão

Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

Ver questão

Questão 3051

(Enem PPL 2015)

Ver questão