(ENEM PPL - 2022)
Quando as elites de cada região do país procuraram estabelecer sua autonomia em relação ao governo central, elas se confrontaram com o espectro de uma anarquia social. Em uma sociedade escravocrata, a possibilidade de tal desordem ameaçava tudo. Líderes locais apoderaram-se da legitimidade que a Monarquia oferecia como uma tábua de salvação, e o Estado monárquico central que eles construíram os trouxe à terra firme. Os vínculos que se seguiram entre as várias regiões levaram a um sentimento de solidariedade. O Estado, portanto, fomentou a emergência de uma nação única: o Brasil.
GRAHAM, R. Construindo uma nação no Brasil do século XIX: visões novas e antigas sobre classe, cultura e Estado. Diálogos (UEM), n. 1, 2001 (adaptado).
A aliança entre as elites regionais e o Estado monárquico resultou na
predominância do Partido Conservador.
consolidação dos ideais republicanos.
promoção da identidade brasileira.
elaboração das leis abolicionistas.
eclosão de revoltas regenciais.
Gabarito:
promoção da identidade brasileira.
a) predominância do Partido Conservador.
Incorreto. A aliança entre esses dois setores foi estratégico, pois as elites, se não corressem o risco a anarquia social consequente da autonomia das regiões citada no texto, eram a favor da autonomia em relação ao governo central. Assim, a aliança não resultou na predominância do Partido Conservador, mas ele e seus ideais agiram mais no sentido de ajudar na causa dessa aliança, e não na consequencia.
b) consolidação dos ideais republicanos.
Incorreto. Os ideais republicanos não eram bem vistos pelo Estado Monárquico.
c) promoção da identidade brasileira.
Correto. Após a independência do Brasil, o forte centralismo estabelecido por D. Pedro I levou as elites de várias regiões do país a desejarem maior autonomia política local, como assinalado no início do texto. No entanto, as rebeliões populares ocorridas durante o Período Regencial chamaram a atenção dessa elite para a importância da centralização monárquica com vistas a manter status quo brasileiro. Dessa maneira, podemos dizer que essa classe de diferentes e distantes regiões do Brasil se uniu em torno de um sentimento de solidariedade como cita o texto e buscou a construção de um Estado Nacional centrado na ideia de uma nação única, a fim de garantir a manutenção de seus privilégios históricos.
d) elaboração das leis abolicionistas.
Incorreto. Não era de vontade dessas elites regionais a abolição da escravidão, pois se privilegiavam com ela. A elaboração dessas leis ocorreu apenas após muita pressão social e política, incluindo a luta dos abolicionistas, a ação dos escravos e ex-escravos e a pressão internacional contra a escravidão.
e) eclosão de revoltas regenciais.
Incorreto. A eclosão das revoltas regenciais ocorreram antes dessa união. Elas ajudaram, na verdade, a dar sentido no porquê de se formar posteriormente essa união entre elites e Estado.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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