Questão 77780

(ENEM PPL - 2022)

 

A abertura dos portos brasileiros em 1808 inaugurou a possibilidade, para viajantes europeus de diversas nacionalidades, de percorrer áreas até então dificilmente acessíveis à sua curiosidade. Os relatos de inúmeras expedições, a maioria de caráter científico, foram publicados na Europa, para leitores ávidos de notícias sobre um Brasil até então desconhecido, terra cujos segredos haviam sido velados por uma Coroa portuguesa ciumenta e possessiva.

DUARTE, R. H. Olhares estrangeiros: viajantes no vale do Rio Mucuri. Revista Brasileira de História, n. 44, 2002 (adaptado).

 

Os relatos de viagens ao Brasil, publicados na Europa, contribuíram para a construção da identidade europeia na medida em que

A

destacaram a exuberância da natureza tropical, elaborando uma visão heroica da conquista.

B

defenderam a legitimidade da escravidão africana, aprovando-a como fator de humanização.

C

enfatizaram o exotismo da sociedade colonial, contrapondo-a à ideia iluminista de civilização.

D

analisaram a miscigenação dos grupos raciais, atribuindo um caráter positivo a esse processo.

E

descreveram a diversidade das etnias indígenas, contribuindo para a preservação de suas culturas.

Gabarito:

enfatizaram o exotismo da sociedade colonial, contrapondo-a à ideia iluminista de civilização.



Resolução:

a) destacaram a exuberância da natureza tropical, elaborando uma visão heroica da conquista.

Incorreto. Embora os relatos de viagem tenham de fato enfatizado a exuberância da natureza tropical brasileira, eles não elaboraram uma visão heroica da conquista, pelo contrário, muitos desses relatos criticaram a forma como a colonização e a exploração da natureza foram conduzidas. 

b) defenderam a legitimidade da escravidão africana, aprovando-a como fator de humanização.

Incorreto. Os relatos de viagem não defenderam a legitimidade da escravidão africana, embora alguns autores tenham descrito a presença de escravos nas plantações e engenhos. Na verdade, muitos desses relatos criticaram a escravidão e a forma como os escravos eram tratados pelos colonizadores.

c) enfatizaram o exotismo da sociedade colonial, contrapondo-a à ideia iluminista de civilização.

Correto. Os relatos de viagens ao Brasil publicados na Europa contribuíram para a construção da identidade europeia na medida em que destacaram as diferenças entre a sociedade colonial brasileira e a sociedade europeia, enfatizando o exotismo da cultura e dos costumes locais. Isso contrapôs a ideia iluminista de civilização e reforçou a ideia de superioridade cultural e moral dos europeus.

d) analisaram a miscigenação dos grupos raciais, atribuindo um caráter positivo a esse processo.

Incorreto. Os relatos de viagem não analisaram a miscigenação dos grupos raciais e nem atribuíram um caráter positivo a esse processo. Na verdade, muitos desses relatos apresentaram uma visão negativa da miscigenação e da presença de mestiços na sociedade brasileira.

e) descreveram a diversidade das etnias indígenas, contribuindo para a preservação de suas culturas.

Incorreto. Embora alguns relatos de viagem tenham descrito a diversidade das etnias indígenas presentes no Brasil, isso não contribuiu diretamente para a preservação de suas culturas. Na verdade, muitos desses relatos apresentaram uma visão exótica e estereotipada dos indígenas, retratando-os como selvagens ou bárbaros.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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