Questão 77782

(ENEM PPL - 2022)

 

O escravo tinha de prover diretamente ao senhor e a si próprio no ganho de rua. Do ganho dependia inclusive sua chance de comprar a liberdade. O próprio ganho vinha muitas vezes de fontes ocultas, do batuque, da capoeira, da adivinhação. Não eram poucos os escravos que viviam de adivinhar, curar feitiço ou fabricar amuletos muçulmanos, ocupações lucrativas que na Bahia favoreceram muitas alforrias.

REIS, J. J. Greve negra de 1857 na Bahia. Revista USP, n. 18, 1993 (adaptado).

 

Conforme descritas no texto, algumas práticas culturais afro-brasileiras atuais surgiram em nossa história como estratégias para

A

denunciar a rigidez da estrutura social.

B

expor a riqueza da herança africana.

C

aproveitar as frestas do sistema vigente.

D

contestar o preconceito da religião dominante.

E

incorporar a disciplina do trabalho compulsório.

Gabarito:

aproveitar as frestas do sistema vigente.



Resolução:

a) denunciar a rigidez da estrutura social.

Incorreto. Essa forma de ganho dos escravizados não denunciava a rigidez da estrutura social, até porque era por meio desse ganho que conseguiam comprar sua liberdade e sair da condição de escravizados.

b) expor a riqueza da herança africana.

Incorreto. Apesar de as práticas culturais afro-brasileiras apresentarem a riqueza da herança africana, o intuito dos escravizados que trabalhavam com essas coisas nas ruas não era expô-las somente, mas fazer delas uma fonte de renda.

c) aproveitar as frestas do sistema vigente.

Correto. Como explicitado no texto, muitos escravizados utilizavam das práticas culturais afro-brasileiras, como o batuque, a capoeira e a adivinhação, para conseguir juntar fundos. Esse meio de conseguir ganho na rua através dessas práticas era uma forma de aproveitar as frestas do sistema vigente na medida que permitia que alguns conseguiam utilizar desse ganho para comprar sua liberdade.   

d) contestar o preconceito da religião dominante.

Incorreto. O intuito dessas práticas não eram de contestação do preconceito, mas sim de arrecadas os fundos que os escravizados necessitavam.

e) incorporar a disciplina do trabalho compulsório.

Incorreto. As práticas afro-brasileiras não surgiram para incorporar a disciplina do trabalho compulsório, visto que os escravizados justamente os prejudicados pelo trabalho compulsório e estavam trabalhando através dessas práticas para conseguir se liberdar desse trabalho.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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