Questão 77893

(ENEM PPL- 2014)

 

Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978.

 

Segundo a Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada cidadão deve

A

manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável.

B

abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum.

C

abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte.

D

concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.

E

renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência.

Gabarito:

concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.



Resolução:

d) Correta. concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.
Como enuncia-se no trecho, cada cidadão abdica-se de seus direitos naturais para estabelecimento de um contrato social; os participantes dessa sociedade devem concordar com as normas desse pacto. Como é destacado no seguinte trecho: "consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras".

 

a) Incorreta. manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável.
O trecho não apresenta a liberdade como direito natural inalienável, antes, ele é abdicado para obter um contrato com a sociedade, no qual seja garantido segurança, conforto e paz, como se expressa na seguinte passagem: "A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural [...]".

b) Incorreta. abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum.
Não é uma perspectiva que o Locke — ainda mais por ter fundado o liberalismo político — traz, tampouco evidencia-se isso no trecho. Coloca-se, aí, a abdicação dos direitos naturais — e não individuais — em virtude de direitos civis que garantam a segurança e o conforto para cada cada indivíduo, e a paz entre eles; a propriedade individual permanece sendo um direito inalienável, adquirido por meio do trabalho.

c) Incorreta. abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte.
A fundação do contrato, em Locke, não é feita a partir dessa noção, mais associada a Hobbes. Ceder os direitos naturais em virtude de um contrato dá-se por meio do consentimento de cada indivíduo da sociedade, para estabelecer um poder que garanta os direitos civis para membro dessa sociedade. O estado ocupa funções mínimas, na perspectiva de Locke, por isso não pode se situar numa posição de força em relação à sociedade.

e) Incorreta. renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência.
No trecho, não evidencia-se essa ideia, muito menos em John Locke, que, como proponente do liberalismo político, foi um ferrenho defensor da propriedade individual, que deve ser adquirida por meio do trabalho e, por isso, passível de desigualdade na sociedade.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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