(ENEM PPL - 2014)
História de assombração
Ah! Eu alembro uma história que aconteceu com meu tii. Era dia de Sexta-Feira da Paixão, diz que eles falava pra meu tii não num vai pescá não. Ele foi assim mesmo, aí chegô lá, ele tá pescano... tá pescano... e nada de pexe. Aí saiu um mundo véi de cobra em cima dele, aí ele foi embora... Aí até ele memo contava isso e falava É... nunca mais eu vou pescar no dia de Sexta-Feira da Paixão...
COSTA, S. A. S. Narrativas tradicionais tapuias. Goiânia: UFG, 2011 (adaptado).
Quanto ao gênero do discurso e à finalidade social do texto História de assombração, a organização textual e as escolhas lexicais do locutor indicam que se trata de um(a)
criação literária em prosa, que provoca reflexão acerca de problemas cotidianos.
texto acadêmico, que valoriza o estudo da linguagem regional e de suas variantes.
relato oral, que objetiva a preservação da herança cultural da comunidade.
conversa particular, que favorece o compartilhar de informações e experiências pessoais.
anedota regional, que evidencia a fala e o vocabulário exclusivo de um grupo social.
Gabarito:
relato oral, que objetiva a preservação da herança cultural da comunidade.
A) INCORRETA: não há muitos elementos que sustentem a ideia de que se trata de uma criação literária em prosa, mas está mais próxima de um relato de algo que aconteceu de fato, marcado por expressões orais.
B) INCORRETA: não se trata de um texto acadêmico por não seguir as estruturas canônicas desse gênero textual, além de possuir muitos desvios quanto à norma padrão da linguagem.
C) CORRETA: como o texto se trata de uma história de assombração e possui elementos que se aproximam da realidade tangível, podemos falar que se trata de um relato oral por ter somente um locutor e pelo fato desse locutor narrar (com introdução, desenvolvimento e conclusão) uma situação ocorrida.
D) INCORRETA: não se trata de uma conversa particular, porque, como o próprio texto aponta (história), há apenas um locutor emitindo informações nesse excerto, sendo que na conversa é preciso de duas ou mais pessoas.
E) INCORRETA: de fato se trata de um texto regional, por ter elementos específicos de um grupo, mas não é uma anedota (piada), porque o objetivo final não é fazer com que as pessoas achem engraçado, mas apenas refletir sobre algo que acontece no cotidiano.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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