Questão 78499

quando é que se decreta
é hoje que sou feliz
quando é que se diz
que se fez a descoberta
quando é que se é indiscreta
e se põe os pingos nos is
quando é que esta força motriz
finalmente liberta

MEDEIROS, Martha. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 2008. P. 122-123 (adaptado).

 

Nesse poema, a repetição da palavra “quando” é um mecanismo de progressão textual que contribui também para

A

reforçar a busca por liberdade inerente aos seres humanos.

B

indicar a inquietação do eu lírico frente a certos aspectos da vida.

C

marcar um diálogo que o eu lírico pretende estabelecer com o leitor.

D

elencar dúvidas objetivas do eu lírico passíveis de serem respondidas. 

E

indicar uma sequência temporal de fatos que ocorrem ordenadamente.

Gabarito:

indicar a inquietação do eu lírico frente a certos aspectos da vida.



Resolução:

A) Incorreto. Ao longo do texto, o eu lírico apresenta algumas reflexões que demonstram sua inquietação diante de aspectos subjetivos da vida, sendo o principal deles a felicidade. Não se pode inferir, pelo poema, que a busca por liberdade é inerente aos seres humanos, visto que o eu lírico não se concentra nesse aspecto, usando a palavra “liberta” apenas no último verso apresentado.

B) Correto. Ao longo do texto, o eu lírico apresenta algumas reflexões que demonstram sua inquietação diante de aspectos subjetivos da vida, sendo o principal deles a felicidade. Assim, a repetição da palavra “quando” revela que o eu lírico está inquieto para obter essas respostas, porém, elas não são fáceis de serem respondidas visto seu caráter subjetivo.

C) Incorreto. No poema, o eu lírico propõe reflexões sobre a vida a si mesmo, e não lança suas perguntas ao leitor. Dessa forma, não há uma tentativa de estabelecer um diálogo, mas, sim, de compartilhar suas angústias frente a perguntas subjetivas. 

D) Incorreto. A repetição da palavra “quando” tem como objetivo indicar que o eu lírico está inquieto frente a perguntas que não podem ser respondidas facilmente, devido a seu caráter subjetivo. Dessa forma, não estão sendo elencadas dúvidas objetivas passíveis de serem respondidas, mas, sim, autorreflexões profundas.

E) Incorreto. Apesar de a palavra “quando” remeter à ideia de tempo, nesse caso, não há uma sequência temporal de fatos que ocorrem ordenadamente, mas, sim, uma sequência de perguntas subjetivas que o eu lírico se faz. Essas perguntas não seguem uma ordem, mas, sim, são lançadas no texto a fim de reforçarem a inquietação do eu lírico frente às suas questões existenciais.



Questão 60886

(ENEM DIGITAL - 2020)

Num mundo como o nosso, por um lado marcado pela fluidez do espaço, as questões ligadas à circulação se tornam ainda mais relevantes e, com elas, a situação de um dos componentes mais emblemáticos dos territórios: seus limites. E é aí que surge um dos grandes paradoxos da geografia contemporânea: ao lado da fluidez globalizada aparecem também os fechamentos, as tentativas de controle da circulação de pessoas.

HAESBAERT, R. Da multiterritorialidade aos novos muros: paradoxos da desterritorialização contemporânea. Disponível em: www.posgeo.uff.br. Acesso em: 2 jan. 2013 (adaptado).

O texto aborda um paradoxo marcante do mundo contemporâneo, que consiste na oposição entre

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Questão 61300

(Enem digital 2020) 

Entenda a crise na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram, em março de 2014, um acordo para tornar a República Autônoma parte da Rússia. O tratado foi assinado dois dias após o povo da Crimeia aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a reunificação com a Rússia. A votação foi condenada por Kiev e pela comunidade internacional, que a considera ilegítima.

Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 out. 2014 (adaptado).

A justificativa para o acordo descrito fundamentava-se na ideia de 

 

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Questão 61407

(ENEM DIGITAL - 2020)

Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um.

HADOT, P. O que é a filosofia antiga?. São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).

 

O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)

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Questão 61972

(ENEM DIGITAL - 2020) 

 No protestantismo ascético, temos não apenas a clara noção da primazia da ética sobre o mundo, mas também a mitigação dos efeitos da dupla moral judaica (uma moral interna para os irmãos de crença e outra externa para os infiéis). O desafio aqui é o da ética, que quer deixar de ser um ideal eventual e ocasional (que exige dos virtuosos religiosos quase sempre uma “fuga do mundo”, como na prática monástica cristã medieval) para tornar-se efetivamente uma lei prática e cotidiana “dentro do mundo”.

SOUZA, J. A ética protestante e a ideologia do atraso brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 38, out. 1998.

Retomando o pensamento de Max Weber, o texto apresenta a tensão entre positividade éticoreligiosa e esferas mundanas de ação.

Nessa perspectiva, a ética protestante é compreendida como

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