Questão 32626

(Enem 2ª aplicação 2010)  A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a terra de seus antepassados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua “pátria” ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços de outras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação.

 

CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).

 

Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta quando

A

criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências das obras uns dos outros.   

B

civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado, antes abandonados.   

C

populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos culturais estrangeiros

D

elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com valores mais altos em seus lugares de origem.   

E

intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos e manifestações.   

Gabarito:

intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos e manifestações.   



Resolução:

A alternativa E é a única correta. Fenômenos de hibridez são comuns e praticamente inerentes a qualquer cultura, desde que haja a possibilidade de contato com culturas diferentes. A ideia de “pureza cultural” é uma falácia, pois nenhuma cultura é estática e faz parte de todos os grupos humanos a necessidade de trocas, o interesse pelo diferente e a apropriação de elementos de outras culturas sob a lógica da cultura apropriadora. Mesmo no mundo atual, marcado pela hegemonia cultural do ocidente, povos autóctones interpretam e assimilam as influências externas dentro das estruturas de suas próprias culturas. Portanto, não é verdade que o fato de haver hibridez impeça o surgimento de criações originais artísticas (alternativa A), pois, como dito antes, as influências são alocadas dentro da lógica da cultura influenciada. Tampouco é comum haver uma recusa tão forte de outros traços culturais a ponto de um povo se fechar e buscar modelos culturais do passado (alternativa B). Quando isso ocorre é muito mais no sentido político, de busca por uma autoafirmação dentro de um modelo hegemônico do que repulsa pelo intercâmbio cultural. Também não é correto afirmar que o interesse por produtos culturais estrangeiros significa menosprezo pelo patrimônio artístico da própria população (alternativa C), pois, como já foi afirmado, é comum o interesse pelo diferente e é esse interesse que permite que as culturas estejam em constante mudança. Por fim, é totalmente discutível a ideia de elementos culturais autênticos (alternativa D).



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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