(ENEM PPL - 2011)
Brazil, capital Buenos Aires
No dia em que a bossa nova inventou o Brazil
Teve que fazer direito, senhores pares,
Porque a nossa capital era Buenos Aires,
A nossa capital era Buenos Aires.
E na cultura-Hollywood o cinema dizia
Que em Buenos Aires havia uma praia
Chamada Rio de Janeiro
Que como era gelada só podia ter
Carnaval no mês de fevereiro.
Naquele Rio de Janeiro o tango nasceu
E Mangueira o imortalizou na avenida
Originária das tangas
Com que as índias fingiam
Cobrir a graça sagrada da vida.
Tom Zé. Disponível em http://letras.terra.com.br. Acesso em: abr. 2010.
O texto de Tom Zé, crítico de música, letrista e cantor, insere-se em um contexto histórico e cultural que, dentro da cultura literária brasileira, define-se como
contemporâneo à poesia concretista e por ela influenciado.
sucessor do Romantismo e de seus ideais nacionalistas.
expressão do modernismo brasileiro influenciado pelas vanguardas europeias.
representante da literatura engajada, de resistência ao Estado Novo.
precursor do movimento de afirmação nacionalista, o Tropicalismo
Gabarito:
precursor do movimento de afirmação nacionalista, o Tropicalismo
A) INCORRETA: não se pode afirmar que era contemporâneo à poesia concretista, porque a estrutura do poema não adequa-se à ideia desse movimento, além de que há um enfoque muito maior ao conteúdo que está sendo dito do que a forma que está sendo utilizada.
B) INCORRETA: pois no romantismo não seria possível colocar um título como “Brazil, capital Buenos Aires”, primeiro pelo fato de escrever o nome do país com “z” e segundo por colocar a capital de outro país como a nossa capital. Mesmo que seja num tom crítico, os poemas do romantismo são mais focados na descrição das características nacionais com muito amor, deixando as características estrangeiras como nota de rodapé.
C) INCORRETA: pois o modernismo tem um enfoque maior num estilo de escrita e num conteúdo mais brasileiro, do que assuntos e estilos estrangeiros. Quando vemos que o autor fala de Hollywood e Buenos Aires aliadas a características brasileiras, vemos que não se trata de um estilo modernista, porque os autores desse movimento buscam tratar temas que não se veem em outros lugares, somente aqui.
D) INCORRETA: porque a literatura engajada é um tipo de escrita que visa mobilizar seus leitores a agir contra alguma ideologia ou algum governo. Como exemplo, pode-se citar as literaturas realizadas no Estado Novo e Ditadura Militar. No entanto, o conteúdo desse texto não busca mobilizar manifestações e levantes, mas um questionamento da cultura brasileira com base na cultura de outros países.
E) CORRETA: diferentemente dos movimentos romântico e modernista (que tinham uma literatura como um foco quase que exclusivamente nacional), Tom Zé apresenta uma literatura diferente que tinha ideias semelhantes, mas com ponto de partida diferente. No tropicalismo, movimento que surgiu anos antes da Ditadura Militar, as composições artísticas traziam elementos que podiam ser facilmente localizados em outras culturas de outros países (como Estados Unidos, França, Argentina, etc.), mas não para valorizá-los. Eles traziam essas características para reafirmar que a cultura brasileira era diferente (um diferente bom) e exemplificam o porquê era vantajoso consumir essa cultura, por meio da crítica das outras culturas e do contraponto com o que é propriamente brasileiro.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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