Questão 56540

(ENEM PPL - 2011)

Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo, que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula. Em compensação, num racha de menino, ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quiçá no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer  entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho. 

NOGUEIRA, A. Peladas. Os melhores da crônica brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977 (fragmento).

O texto expressa a visão do cronista sobre a bola de futebol. Entre as estratégias escolhidas para dar colorido a sua expressão, identifica-se, predominantemente, uma função da linguagem caracterizada pela intenção do autor em

A

manifestar o seu sentimento em relação ao objeto bola.

B

buscar influenciar o comportamento dos adeptos do futebol.

C

descrever objetivamente uma determinada realidade.

D

explicar o significado da bola e as regras para seu uso.

E

ativar e manter o contato dialógico com o leitor.

Gabarito:

manifestar o seu sentimento em relação ao objeto bola.



Resolução:

A) CORRETA: é possível perceber o claro uso da função emotiva da linguagem, porque desde a primeira linha o autor disserta sobre os sentimentos e as relações mentais que o ser humano deve ter para com a bola de futebol e o esporte. Sabe-se que ele utiliza referências próprias para compor seu texto porque ele cita nomes de lugares que lhe são familiares, pessoas que ele possivelmente jogou (como o “Gérson”), situações que ele mesmo deve ter experienciado e muitas outras coisas.

B) INCORRETA: pois essa situação diz respeito à função apelativa da linguagem, algo que não é observado no texto uma vez que o autor não pretende convencer seu leitor sobre a bola de futebol, mas na verdade são colocadas as próprias experiências do autor no texto.

C) INCORRETA: pois essa alternativa se refere à função referencial da linguagem, mas que não é adequada nesse texto, uma vez que não são colocados traços objetivos sobre a bola ou sobre o jogo de futebol, mas são destacadas características próprias da experiência futebolística do autor.

D) INCORRETA: pois essa alternativa se refere à função metalinguística da linguagem, mas não é observada no texto, porque o autor não explica propriamente dito sobre as regras de como usar a bola ou jogar futebol, mas ele explica sua experiência em relação ao esporte.

E) INCORRETA: pois essa situação diz respeito à função fática da linguagem, mas observamos que o objetivo do autor não é tentar manter que a interação entre ele e seu leitor ou entre um personagem do texto e outro se mantenha. É apenas uma descrição da sua experiência pessoal com o futebol.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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