(ENEM PPL - 2014)
Quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel, ponderou Filo Hebreu que todos ficaram mudos e surdos, porque, ainda que todos falassem e todos ouvissem, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel, houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas, já se conhecem mais de cento e cinquenta. E assim, quando lá chegamos, todos nós somos mudos e todos eles, surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho serão necessários para que esses mudos falem e esses surdos ouçam.
VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES, J. H. História viva. São Paulo: Global, 1985 (adaptado).
No decorrer da colonização portuguesa na América, as tentativas de resolução do problema apontado pelo padre Antônio Vieira resultaram na
ampliação da violência nas guerras intertribais.
desistência da evangelização dos povos nativos
indiferença dos jesuítas em relação à diversidade de línguas americanas.
pressão da Metrópole pelo abandono da catequese nas regiões de difícil acesso.
sistematização das línguas nativas numa estrutura gramatical facilitadora da catequese.
Gabarito:
sistematização das línguas nativas numa estrutura gramatical facilitadora da catequese.
a) ampliação da violência nas guerras intertribais.
Incorreto. Embora as guerras intertribais tenham ocorrido durante a colonização portuguesa, a ampliação da violência não foi resultado das tentativas de resolução do problema das diferenças de línguas apontada por padre Antônio Vieira.
b) desistência da evangelização dos povos nativos.
Incorreto. Apesar de que a evangelização nem sempre tenha sido bem-sucedida, não houve uma desistência generalizada por parte dos missionários portugueses em relação aos povos nativos. Pelo contrário, a conversão ao cristianismo foi um dos principais objetivos da colonização portuguesa.
c) indiferença dos jesuítas em relação à diversidade de línguas americanas.
Incorreto. Os jesuítas foram muito ativos na documentação e na sistematização das línguas nativas. Eles perceberam que a compreensão das línguas era essencial para a conversão dos povos nativos e, por isso, dedicaram-se à aprendizagem e ao ensino das línguas.
d) pressão da Metrópole pelo abandono da catequese nas regiões de difícil acesso.
Incorreto. Embora possa ter havido pressão da Metrópole, não há evidências de que essa pressão tenha levado ao abandono da catequese nas regiões de difícil acesso. Na verdade, os missionários portugueses muitas vezes enfrentaram dificuldades e perigos para alcançar os povos indígenas em áreas remotas.
e) sistematização das línguas nativas numa estrutura gramatical facilitadora da catequese.
Correto. Os jesuítas foram particularmente importantes neste processo, desenvolvendo gramáticas e dicionários para as línguas nativas e, em alguns casos, até mesmo criando novos sistemas de escrita para representar essas línguas. Isso permitiu que os missionários pudessem comunicar com mais facilidade e eficácia com os povos nativos, o que facilitou a catequese e a conversão ao cristianismo.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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