(Enem PPL 2014) Os escravos, obviamente, dispunham de poucos recursos políticos, mas não desconheciam o que se passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se das divisões entre estes, selecionaram temas que lhes interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e emprestaram significados próprios às reformas operadas no escravismo brasileiro ao longo do século XIX.
REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil oitocentista. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 1999.
Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das
estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.
dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.
limitações econômicas como pressão para o fim do escravismo.
contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.
ideologias originárias como artifício para resgatar as raízes africanas.
Gabarito:
contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.
a) estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.
Incorreto. O texto não nos apresenta o uso das estruturas urbanas pelos escravizados para escapar do cativeiro.
b) dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.
Incorreto. Novamente, as questões territoriais não são trazidas no texto, nem sobre a facilitação de fugas.
c) limitações econômicas como pressão para o fim do escravismo.
Incorreto. Os escravizados não resistiam à escravidão através das limitações econômicas, para pressionar o fim do escravismo, suas resistências eram outras.
d) contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.
Correto. Como bem apresenta o texto, apesar de os escravizados e libertos urbanos não tivessem muitos direitos políticos, eles estavam em constante convívio com os poderosos e utilizavam das informações e contradições políticas que estes tinham entre si para conseguir exercer sua resistência política, interagir e participar, mesmo que indiretamente, da política a fim de dar significados próprios dos ideários liberais e anticoloniais na luta pela conquista da liberdade.
e) ideologias originárias como artifício para resgatar as raízes africanas.
Incorreto. Apesar de as ideologias originárias fossem utilizadas como formas de resistência e resgate das raízes africanas, a situação exposta pelo texto não diz respeito ao uso delas.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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