(Enem PPL 2015) Uma dimensão da flexibilização do tempo de trabalho é a sutileza cada vez maior das fronteiras que separam o espaço de trabalho e o do lar, o tempo de trabalho e o de não trabalho. Os mecanismos modernos de comunicação permitem que, no horário de descanso, os trabalhadores permaneçam ligados à empresa. Mesmo não exercendo diretamente suas atividades profissionais, o trabalhador fica à disposição da empresa ou leva problemas para refletir em casa. É muito comum o trabalhador estar de plantão, para o caso de a empresa ligar para o seu celular ou pager.
A remuneração para esse estado de alerta é irrisória ou inexistente.
KREIN, J. D. Mudanças e tendências recentes na regulação do trabalho. In: DEDECCA, C. S.; PRONI, M. W. (Org.). Políticas públicas e trabalho: textos para estudo dirigido. Campinas: IE/Unicamp; Brasília: MTE, 2006 (adaptado).
A relação entre mudanças tecnológicas e tempo de trabalho apresentada pelo texto implica o
prolongamento da jornada de trabalho com a intensificação da exploração.
aumento da fragmentação da produção com a racionalização do trabalho.
privilégio de funcionários familiarizados com equipamentos eletrônicos.
crescimento da contratação de mão de obra pouco qualificada.
declínio dos salários pagos aos empregados mais idosos.
Gabarito:
prolongamento da jornada de trabalho com a intensificação da exploração.
A) Correta. Considerando que a preocupação e o estado de alerta para qualquer notificação mantém-se mesmo após deixar o ambiente de trabalho, percebe-se que então o trabalhador dedica mais tempo de trabalho do que consta em seu contrato sem receber por isto, o que causa mais exploração.
B) Incorreta. As relações apresentadas pelo texto não implicam na racionalização do trabalho: este já foi racionalizado e apenas se revoluciona dia após dia. Além do mais, por se tratar de um estado de vigília fora do horário normal de trabalho, não há como aumentar a fragmentação do trabalho visto que o trabalhador não está presencialmente na indústria para realizar outro processo de produção que tenha sido fragmentado.
C) Incorreta. Por mais familiarizado que o funcionário seja, isso não o isenta da exploração que se dá com o aumento da jornada de trabalho (visto que você leva o ambiente de trabalho em seu celular, devido à rápida e fácil comunicação).
D) Incorreta. O aumento da exploração devido à extensão da jornada de trabalho ocasionada pelas mudanças tecnológicas em nada impacta na contratação de mão de obra que busca dar preferência à mais barata.
E) Incorreta. O aumento da exploração devido à extensão da jornada de trabalho ocasionada pelas mudanças tecnológicas em nada impacta na contratação de empregados mais velhos, visto que por mais que estes não estejam familiarizados com as tecnologias mais recentes, o problema que o texto traz é sobre o aumento da jornada de trabalho fora do ambiente de trabalho e o stress do estado de alerta que se instaura. Se os empregados mais velhos não tem familiaridade com as tecnologias, eles serão menos afetados por esse problema.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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