Questão 32655

(ENEM PPL - 2015)  Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios.

PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.

Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a)

A

caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.   

B

sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.   

C

vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.   

D

sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense.   

E

teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.   

Gabarito:

teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.   



Resolução:

e) Correta. teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.
Largamente conhecido, o mito da caverna representa imageticamente a Teoria das Ideias de Platão, segundo a qual a realidade se encontra dividida em dois planos: o mundo sensível, âmbito das coisas mutáveis, e o mundo inteligível, âmbito das Ideias eternas e perfeitas. Da mesma forma que o prisioneiro sai da caverna em direção à luz, Platão concebe que o homem deve se libertar do domínio dos sentidos e alcançar a verdade por meio do exercício de sua alma racional.

 

a) Incorreta. caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
A alegoria da caverna não tem o objetivo de descrever as origens do homem primitivo, antes, a condição de todo ser humano, enquanto não busca a verdade, por meio da razão, estando preso ao sensível.

b) Incorreta. sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
A alegoria da caverna não tem relação qualquer com uma crítica ao sistema penal da época, pois, na verdade, na antiguidade, não há um autor sequer que criticou a condição do sistema carcerário de seu tempo, cujas críticas são mais características da contemporaneidade.

c) Incorreta. vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
Embora a alegoria da caverna possa ter relações com a cultura e arte grega, essa não é a ideia central da alegoria; a cultura e a arte são enfocadas por Platão no conceito de mímeses, como imitação do que é perfeito e, por isso, podem se relacionar com o tema da questão, porém, a ideia central da alegoria expressa a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.

d) Incorreta. sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense.
A alternativa não tem relação com o que foi apresentado no enunciado da questão, pois este representa todos os homens presos ao mundo ilusório, inclusive os representantes do sistema político na Grécia.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

Ver questão

Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

Ver questão

Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

Ver questão

Questão 3051

(Enem PPL 2015)

Ver questão