Questão 50218

(ENEM PPL - 2016)

Ainda os equívocos no combate aos estrangeirismos

Por que não se reconhece a existência de norma nas variedades populares? Para desqualificá-las? Por que só uma norma é reconhecida como norma e, não por acaso, a da elite? Por tantos equívocos, só nos resta lamentar que algumas pessoas, imbuídas da crença de que estão defendendo a língua, a identidade e a pátria, na verdade estejam reforçando velhos preconceitos e imposições. O português do Brasil há muito distanciou-se do português de Portugal e das prescrições dos gramáticos, cujo serviço às classes dominantes é definir a língua do poder em face de ameaças - internas e externas.

ZILLES, A. M. S. In: FARACO, C. A. (Org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).

O texto aborda a linguagem como um campo de disputas e poder. As interrogações da autora são estratégias que conduzem ao convencimento do leitor de que 

A

o português do Brasil é muito diferente do português de Portugal. 

B

as prescrições dos gramáticos estão a serviço das classes dominantes. 

C

a norma linguística da elite brasileira é a única reconhecida como tal. 

D

o português do Brasil há muito distanciou-se das prescrições dos gramáticos. 

E

a desvalorização das variedades linguísticas populares tem motivação social.

Gabarito:

a desvalorização das variedades linguísticas populares tem motivação social.



Resolução:

a) INCORRETA, já que apesar de o texto dizer que as duas variedades da língua portuguesa são muito diferentes, este não é o objetivo estratégico das interrogações que a autora faz.

b) INCORRETA, pois a problematização acerca dos gramáticos é feita diretamente, como uma lamentação, no fim do texto.

c) INCORRETA, pois este fato é explicitado já nas perguntas, e uma vez que já foi feita a colocação, não é este o objetivo estratégico da utilização das interrogações.

d) INCORRETA, uma vez que logo na primeira frase do texto a autora já afirma, dentro da pergunta, que existem diversas modalidades da língua portuguesa utilizada no Brasil, que diferem muito do português brasileiro contido nas gramáticas tradicionais.

e) CORRETA, já que ao colocar as perguntas ao leitor, a autora está o conduzindo para esta conclusão, por meio do mecanismo tanto de questionamento, quanto de contraposição, já que ela utiliza o termo "elite", que é em si um termo que tem conotação social, além disso, o termo "variedades populares" também conduz o leitor a pensar que a língua também é um fenômeno social mutável, capaz de refletir a realidade social.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

Ver questão

Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

Ver questão

Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

Ver questão

Questão 3051

(Enem PPL 2015)

Ver questão