(ENEM PPL - 2016)
Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: “Este objeto que estou vendo agora tem tendência para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior”. Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.
PLATÃO. Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.
Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica
estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.
comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.
descrever corretamente as características do objeto observado.
fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
identificar outro exemplar idêntico ao observado.
Gabarito:
fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
d) Correta. fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica fazer a correspondência entre o objeto observado e seu ser. Platão considera que os objetos observados e sentidos no mundo sensível são imperfeitos, apenas cópia dos objetos verdadeiros que existem no mundo inteligível. Essencialmente, tudo o que existe é apenas uma cópia imperfeita do objeto verdadeiro. É necessário, então, fazer a correspondência entre o objeto observado e o seu ser, que seria o objeto verdadeiro no mundo inteligível. Como é possível, ao olhar para um objeto, identificá-lo como, por exemplo, uma cadeira? Segundo Platão, a ideia do que é uma cadeira existe na mente humana; a partir disso é feita uma comparação entre a ideia e o que é observado e ocorre, então, o reconhecimento, a identificação.
a) Incorreta. estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.
Para Platão, deve-se observar o "ser", a forma ideal do objeto, que existe no mundo inteligível e o qual o mundo sensível procura copiar. Aqui, faz-se referência apenas ao mundo sensível, em momentos distintos, cujo modo de comparação ainda não ergue a atenção do sujeito para o plano inteligível. Observa-se o homem em pé e o mesmo homem sentado em momentos distintos, porém isso não oferece o conhecimento tal como ele é, no Mundo das Ideias.
b) Incorreta. comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.
A descrição do objeto observado apenas detalha a aparência deste, é a descrição dos fenômenos, não do modo como o objeto realmente é, sua essência, a qual se encontra no mundo inteligível, ideal do conhecimento platônico. Por isso, comparar um objeto observado com a sua descrição não pode oferecer uma verdadeira ciência dele pois são comparações ainda no mesmo nível.
c) Incorreta. descrever corretamente as características do objeto observado.
A descrição do objeto observado apenas detalha a aparência deste, é a descrição dos fenômenos, não do modo como o objeto realmente é, sua essência, a qual se encontra no mundo inteligível, ideal do conhecimento platônico.
e) Incorreta. identificar outro exemplar idêntico ao observado.
Tal aspecto não se encaixa no ideal platônico, pois, ainda, permanece-se aqui no plano sensível.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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