(ENEM PPL - 2017)
Como se apresentam os atos de ler e escrever no contexto dos canais de chat da internet? O próprio nome que designa estes espaços no meio virtual elucida que os leitores-escritores ali estão empenhados em efetivar uma conversação. Porém, não se trata de uma conversação nos moldes tradicionais, mas de um projeto discursivo que se realiza só e através das ferramentas do computador via canal eletrônico mediado por um software específico. A dimensão temporal deste tipo de interlocução caracteriza-se pela sincronicidade em tempo real, aproximando-se de uma conversa telefônica, porém, devido às especificidades do meio que põe os interlocutores em contato, estes devem escrever suas mensagens. Apesar da sensação de estarem falando, os enunciados que produzem são construídos num “texto falado por escrito”, numa “conversação com expressão gráfica”. A interação que se dá “tela a tela”, para que seja bem sucedida, exige, além das habilidades técnicas anteriormente descritas, muito mais do que a simples habilidade linguística de seus interlocutores. No interior de uma enorme coordenação de ações, o fenômeno chat também envolve conhecimentos paralinguísticos e socioculturais que devem ser partilhados por seus usuários. Isso significa dizer que esta atividade comunicacional, assim como as demais, também apresenta uma vinculação situacional, ou seja, não pode a língua, nesta esfera específica da comunicação humana, ser separada do contexto em que se efetiva.
BERNARDES, A. S.; VIEIRA, P M. T. Disponível em: www.anped.org.br. Acesso em: 14 ago. 2012.
No texto, descreve-se o chat como um tipo de conversação “tela a tela” por meio do computador e enfatiza-se a necessidade de domínio de diversas habilidades. Uma característica desse tipo de interação é a
coordenação de ações, ou atitudes, que reflitam modelos de conversação tradicionais.
presença obrigatória de elementos iconográficos que reproduzam características do texto falado.
inserção sequencial de elementos discursivos que sejam similares aos de uma conversa telefônica.
produção de uma conversa que articula elementos das modalidades oral e escrita da língua.
agilidade na alternância de temas e de turnos conversacionais.
Gabarito:
produção de uma conversa que articula elementos das modalidades oral e escrita da língua.
A) INCORRETA: não são atitudes ou ações coordenadas que caracterizam esse modelo de fala e escrita, mas sim são coisas que são ditas/escritas. Atitudes e ações implicam em movimento físico, algo não observável nesse tipo de interação.
B) INCORRETA: os elementos iconográficos não são obrigatórios, mas podem aparecer apenas para agregar o dito/escrito.
C) INCORRETA: é de conhecimento que o modelo de comunicação escrito-falado pelas redes sociais difere-se bastante da conversação telefônica. Isso porque as conversas telefônicas sempre começam com uma saudação, coisa que não acontece necessariamente nas conversas escritas, em que as pessoas já despejam o conteúdo principal da conversa nos chats.
D) CORRETA: uma característica que pode ser aplicada em todos os casos de usos dessas ferramentas de comunicações tecnológicas é o fato de produzir uma conversa entre dois ou mais interlocutores podendo ser utilizados tanto elementos escritos, majoritariamente em alagumas redes sociais, quando elementos orais, no caso de áudios e vídeos.
E) INCORRETA: o fato desses meios comunicacionais serem muito ágeis para que seus interlocutores possam trocar de tema rapidamente não significa que isso é uma característica desses meios, mas sim uma possível consequência do seu uso. Dizer que é uma característica é dizer que será aplicado para todos os casos, algo inverídico nessa situação.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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