Questão 33399

(ENEM PPL - 2017) O dicionário da Real Academia Espanhola não usa a terminologia de Estado, nação e língua no sentido moderno. Antes de sua edição de 1884, a palavra nación significava simplesmente “o agregado de habitantes de uma província, de um país ou de um reino” e também “um estrangeiro”. Mas agora era dada como “um Estado ou corpo político que reconhece um centro supremo de governo comum”.

HOBSBAWM, E. J. Nações e nacionalismo (desde 1870). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990 (adaptado).

A ideia de nação como lugar de pertencimento, ao qual os indivíduos têm ligação por nascimento, constitui-se na Europa do final do século XIX. Sua difusão resultou

A

na rápida ascensão de governos com maior participação popular, dado que a unidade nacional anulava as diferenças sociais.   

B

na construção de uma cultura que incorporava todas as parcialidades equilibradamente dentro de uma identidade comum.   

C

na imposição de uma única língua, cultura e tradição às diferentes comunidades agregadas ao Estado nacional.   

D

na anulação pacífica das diferenças étnicas existentes entre as comunidades que passaram a compor a nacionalidade.    

E

em um intenso processo cultural marcado pelo protagonismo das populações autóctones

Gabarito:

na imposição de uma única língua, cultura e tradição às diferentes comunidades agregadas ao Estado nacional.   



Resolução:

A difusão, na Europa, da ideia de nação como lugar de pertencimento resultou na imposição, às diferentes comunidades agregadas ao Estado nacional, de uma única língua, cultura e tradição.

Os estados modernos se concretizaram, supostamente, sob o sentimento de unidade proveniente da língua, cultura e tradição que os indivíduos de um território tinham em comum. Sua formação passou, teoricamente, por uma padronização do território e da cultura. No entanto, a unificação dos Estados Nacionais não foi pacífica, mas marcada por alguns conflitos e pelo sufocamento de certas culturas. As comunidades que foram agregadas ao Estado Nacional receberam a imposição de uma língua e cultura: a da maioria. Os símbolos nacionais, identificados pelos formadores do estado como provenientes da cultura predominante, foram impostos à todos.

 

O enunciado aponta que a ideia de nação como um lugar de pertencimento, surgida na Europa no fim do século XIX, se difunde pelo continente no século seguinte, e pergunta de onde resulta tal difusão.

A: O ideário de nação como lugar ao qual os indivíduos têm ligação por nascimento não tem origem na rápida ascensão de governos de base popular, mesmo porque isso não ocorreu na Europa no fim do século XIX. A unidade nacional não anula, no sentido de eliminar, as diferenças sociais, mas as negligencia, ignora, apaga.

B: O ideário de nação como lugar ao qual os indivíduos têm ligação por nascimento também não tem origem na construção de uma cultura europeia homogênea, porque tampouco isto ocorreu na Europa do fim do século XIX. Uma cultura nunca incorpora todas as parcialidades de forma equilibrada numa unidade nacional. Não é provável a formação de uma identidade comum homogênea, pois sempre existem aspectos da formação cultural que se sobressaem ou que acabam sendo mais marcantes e/ou valorizados.

D: O ideário de nação como lugar ao qual os indivíduos têm ligação por nascimento não tem origem na anulação pacífica das diferenças étnicas dos grupos que compunham a unidade nacional, pois nunca houve tal processo. Uma cultura não pode simplesmente "anular diferenças étnicas", pois a cultura se compõe da diversidade histórica, seja ela qual for. No entanto, existem tentativas etnocêntricas de fazê-lo, como o colonialismo europeu, que invadia territórios, fundava nações e impunha sua cultura, ou em casos mais extremos, como em genocídios (o extermínio deliberado de pessoas motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e até sociopolíticas, ou seja, diferenças genericamente culturais).

E: O ideário de nação como lugar ao qual os indivíduos têm ligação por nascimento tampouco tem origem num processo de formação cultural de protagonismo nativo. Não existiu uma formação cultural (com a mesma ideia europeia de nação à qual o texto se refere) que se pautasse nas populações autóctones (as culturas que têm essa formação são vistas, eurocêntrica e etnocentricamente, como "primitivas").



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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