Questão 41570

(IFAL - 2017)

 “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)

Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUC-SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente, mas ainda assim, digno.

Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: líderes políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.

Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro, sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”.

Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política!”.

http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-e-lugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado.

Ao dizer que alcançou o “banco de uma universidade reconhecida, a PUC-SP”, o autor vale-se de uma linguagem figurada, em que, por meio de uma metonímia, utiliza a parte como equivalente do todo. De maneira conotativa, ele afirma, nesse trecho, que conquistou “uma vaga na universidade”. No dicionário, a palavra “banco” (móvel em que as pessoas sentam) é homônima do vocábulo “banco” (lugar onde se fazem transações monetárias).

Considerando os pares de palavras abaixo, em qual deles também se verifica relação de homonímia?

A

eminência / iminência

B

assento / acento

C

fragrante / flagrante

D

deferir / diferir

E

ratificar / retificar

Gabarito:

assento / acento



Resolução:

[B]

O único par de palavras que apresenta mesma pronúncia, mas possui significados diferentes, é “assento” e “acento”. Os outros pares, apesar de apresentarem significados distintos, também apresentam pronúncias distintas, não sendo homônimos.  



Questão 2841

(IFAL - 2016) 

O texto abaixo serve de base para responder à(s) questão(ões) a seguir

Ainda quanto à natureza semântica (de significado) e sintática (de relação gramatical) dos elementos presentes no texto, há, a seguir, apenas uma alternativa errada. Assinale-a.

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Questão 2944

(G1/IFAL - 2016)  

Escolha a frase cuja concordância nominal está correta.

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Questão 3049

 (G1 - ifal 2016)

―É sabido que o fato novo assusta os indivíduos, que preferem o mal velho, testado e vivido, à experiência nova, sempre ameaçadora.

Se você disser ao cidadão desprevenido que o leite, por ser essencial, deve sair das mãos dos particulares para cooperativas ou entidades estatais, se você disser que os bancos, vivendo exclusivamente das poupanças populares, não têm nenhuma razão de estar em mãos privadas, o cidadão o olhará com olhos perplexos de quem vê alguém propondo algo muito perigoso. Mas, se, ao contrário, você advogar a tese de que a água deveria ser explorada por particulares, todos se voltarão contra você pois – com toda razão – jamais poderiam admitir essa hipótese, tão acostumados estão com essa que é uma das mais antigas realizações comunitárias do homem: a água é direito e serventia de todos.

Por isso o cidadão deve ficar alerta, sobretudo para com os malucos, excepcionais e marginais, pois estes, quase sempre, são os que trazem as mais espantosas propostas de renovação contra tudo o que foi estabelecido. 

Millôr. In: Redação em construção. Ed. Moderna. p. 105

 

 Marque a alternativa em que a relação de coesão não se apresenta entre os elementos destacados e a referência textual a eles estabelecida

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Questão 25825

(IFAL - 2017)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Para efeito de marketing, a empresa que vende o produto que se apresenta nesse rótulo infringe, propositadamente, a ortografia do português padrão. Em que palavra isso ocorre?

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