(ENEM/PPL - 2018)
Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória.
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.
O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais, marcado pelo(a)
racionalidade científica.
determinismo biológico.
degradação da natureza.
domínio da contingência.
consciência da existência.
Gabarito:
consciência da existência.
A obra Genealogia da moral é construída sobre três pilares: a crítica aos conceitos de bom e mau, a crítica ao ascetismo e a critica à má consciência/culpa. Nietzsche é um crítico da razão lógica e da aplicação da ciência à moral; essencialmente, sempre se volta para a ideia de que o homem é um animal instintivo, sobre o qual deve prevalecer a investigação histórica.
Evocando uma reflexão sobre a condição humana, Nietzsche aponta que a memória humana está inevitavelmente atrelada à consciência que o ser tem de si. Determina, no trecho, que o mecanismo distintivo entre homens e animais é a memória, marcada pela consciência da existência.
A consciência de si é um instinto que auxilia a memória através da noção de dor. A percepção da dor, tanto física (fome, doenças, guerras) quanto emocional/psicológica (tristeza, culpa, frustração), está ligada à percepção de si. A dor remete à consciência que o ser tem de sua própria existência e essa percepção cria a memória, uma lembrança daquilo que já foi vivido, como forma de ensinar e orientar o comportamento. É o que distingue os seres humanos e os animais.
A: Nietzsche foi um crítico da racionalidade científica, por acreditar que a razão e a ciência (assim como a moral e a religião) incutem no homem valores que o impedem de se tornar dono de si.
B: Nietzsche não acreditava num determinismo biológico.
C, D: O texto não remete à degradação da natureza nem ao domínio da contingência.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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