Questão 49221

(ENEM/PPL - 2018)

TEXTO I

É da maior utilidade saber falar de modo a persuadir e conter o arrebatamento dos espíritos desviados pela doçura da sua eloquência. Foi com este fim que me apliquei a formar uma biblioteca. Desde há muito tempo em Roma, em toda a Itália, na Germânia e na Bélgica, gastei muito dinheiro para pagar a copistas e livros, ajudado em cada província pela boa vontade e solicitude dos meus amigos.

GEBERTO DE AURILLAC. Lettres. Século X. Apud PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

TEXTO II

Eu não sou doutor nem sequer sei do que trata esse livro; mas, como a gente tem que se acomodar às exigências da boa sociedade de Córdova, preciso ter uma biblioteca. Nas minhas prateleiras tenho um buraco exatamente do tamanho desse livro e como vejo que tem uma letra e encadernação muito bonitas, gostei dele e quis comprá-lo. Por outro lado, nem reparei no preço. Graças a Deus sobra-me dinheiro para essas coisas.

AL HADRAMI. Século X. Apud PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. A Península Ibérica entre o Oriente e o Ocidente: cristãos, judeus e muçulmanos. São Paulo: Atual, 2002.

 

Nesses textos do século X, percebem-se visões distintas sobre os livros e as bibliotecas em uma sociedade marcada pela

A

difusão da cultura favorecida pelas atividades urbanas.

B

laicização do saber, que era facilitada pela educação nobre.

C

ampliação da escolaridade realizada pelas corporações de ofício.

D

evolução da ciência que era provocada pelos intelectuais bizantinos.

E

publicização das escrituras, que era promovida pelos sábios religiosos.

Gabarito:

difusão da cultura favorecida pelas atividades urbanas.



Resolução:

a) difusão da cultura favorecida pelas atividades urbanas.

Correta.  Pode-se observar no contexto da Baixa Idade Média o fenômeno do renascimento (ou intensificação) comercial e urbano, que começava a tomar forma especialmente tendo como um de seus principais expoentes sob as cruzadas, que começaram no século IX. Estas possibilitaram um intercâmbio de culturas e uma expansão econômica entre os ditos oriente e ocidente nas rotas do Mar Mediterrâneo. 

b) laicização do saber, que era facilitada pela educação nobre.

Incorreta.  Até a maior difusão dos ideais renascentistas, na Europa Ocidental a educação era voltada às discussões teocêntricas - como manifestada na corrente de pensamento da escolástica.

c) ampliação da escolaridade realizada pelas corporações de ofício.

Incorreta.  Tais aspectos não se relacionam. O letramento era restrito ao clero e a alguns nobres, enquanto as corporações de ofício organizavam os trabalhadores perante suas profissões respectivas, mas dedicando-se a ela mesma e seus dilemas. 

d) evolução da ciência que era provocada pelos intelectuais bizantinos.

Incorreta.  A interação entre oriente e ocidente notadamente provocou novas descobertas científicas para ambos, mas é incorreto desconsiderar todo o conhecimento produzido na Europa Ocidental durante a Idade Média. Logo, não houve "evolução" na ciência, e sim a incorporação de novos paradigmas. 

e) publicização das escrituras, que era promovida pelos sábios religiosos.

Incorreta.  A difusão da Bíblia só ocorreu após as reformas protestantes, como um mecanismo da Contrarreforma católica. Nesse contexto, portanto, as escrituras não eram públicas, as missas eram professadas em latim, e com o sacerdote de costas ao público.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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