Questão 47376

(ENEM PPL - 2019)

Dicen que Tita era tan sensible que desde que estaba en el vientre de mi bisabuela lloraba y lloraba cuando ésta picaba cebolla; su llanto era tan fuerte que Nacha, la cocinera de la casa, que era medio sorda, lo escuchaba sin esforzarse. Un día los sollozos fueron tan fuertes que provocaron que el parto se adelantara. Y sin que mi bisabuela pudiera decir ni pío, Tita arribó a este mundo prematuramente, sobre la mesa de la cocina, entre los olores de una sopa de fideos que estaba cocinando, los del tomillo, el laurel, el cilantro, el de la leche hervida, el de los ajos y, por supuesto, el de la cebolla. Como se imaginarán, la consabida nalgada no fue necesaria, pues Tita nació llorando de antemano, tal vez porque ella sabía que su oráculo determinaba que en esta vida le estaba negado el matrimonio. Contaba Nacha que Tita fue literalmente empujada a este mundo por un torrente impresionante de lágrimas que se desbordaron sobre la mesa y el piso de la cocina.

ESQUIVEL, L. Como agua para chocolate. Buenos Aires: Debolsillo, 2005.

No fragmento do romance mexicano, publicado em 1989, prevalece a

A

narração com base em elementos fantásticos.

B

injunção com base no diálogo entre os personagens.

C

descrição com base no retrato objetivo da realidade.

D

exposição com base na definição do papel da mulher na sociedade. 

E

 argumentação a partir da discussão acerca de dilemas existenciais.

Gabarito:

narração com base em elementos fantásticos.



Resolução:

[A]

a) Correta. O relato ficcional narra as circunstâncias do nascimento da personagem Tita. Menciona-se que ela chorava dentro do ventre da mãe um choro audível, que nasceu em meio a uma torrente de suas próprias lágrimas, e que o motivo era a consciência de seu infeliz oráculo. Esses elementos constituem uma narrativa fantástica, com dados míticos e surrealistas; 

b) Incorreta. O texto não apresenta as marcas injuntivas, de instrução e convencimento, e tampouco há estabelecimento de diálogos internos dentre personagens - e sim uma narração em primeira pessoa sobre um evento passado; 

c) Incorreta. A descrição presente no trecho não é objetiva, e sim fantasiosa e fantástica. baseada em relatos afetivos e familiares ("Dicen que Tita..."), que não se subordinam à veracidade absoluta dos fatos naturais, filtrados pela percepção que a narradora possui da avó; 

d) Incorreta. O texto não é expositivo, apesar de considerar certos aspectos da presença feminina na sociedade. O foco é a narração de eventos particulares, e não a informação geral e objetiva sobre a condição das mulheres apresentadas; 

e) Incorreta. O texto não constrói uma linha de argumentação, pois não visa ao convencimento pela lógica. A fuga à realidade objetiva e um existencialismo afetivo, místico e hipotético impedem a identificação de traços argumentativos. 



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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