Questão 57466

(IFPE 2019)

AS CRÔNICAS DE NÁRNIA

Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal – o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí. Seis outros livros vieram depois e, juntos, ficaram conhecidos como “As Crônicas de Nárnia”.

Em um universo completamente mágico e original, C.S. Lewis conduz a terra de Nárnia desde a sua criação até o seu fim em sete livros incríveis. “As Crônicas de Nárnia” é um conjunto de histórias que abrangem diversas épocas dentro de um cenário repleto de castelos, membros da realeza, guerreiros, criaturas fantásticas, feiticeiras e uma mitologia bem extensa.

O autor buscou uma forma de elaborar a história da Bíblia em um contexto original e inspirado no livro sagrado, de modo que até mesmo quem não concorda com os seus preceitos e ensinamentos sinta interesse em iniciar a sua leitura. Além disso, há também referências claras às mitologias grega e nórdica e aos contos de fada, além da inserção de seres icônicos como o Papai Noel. Desde o Gênese ao Apocalipse, Nárnia vivencia muitos períodos, nos quais questões muito diferentes são abordadas. Entretanto, há um elemento comum em todos os livros: os papéis principais são dados a crianças. São esses pequenos heróis que se descobrem grandes salvadores e se sentem no dever de lutar para proteger a terra que tanto amam e que depende deles.

A oposição entre Aslam e Tash começa a ganhar força no decorrer da cronologia dos livros, sempre camuflada em um contexto de conflitos por terras e guerras entre reinos. Em “A Última Batalha”, é citado que Aslam remete ao bem e Tash, ao mal. Qualquer um que estiver seguindo a um dos dois e praticar o bem estará, na verdade, seguindo a Aslam. Se for o oposto, estará seguindo a Tash. Ambos são os contrastes de atitudes boas e ruins que podem ser cometidas de acordo com o caráter, o comportamento e as escolhas de cada um.

No geral, os personagens de mais destaque em toda a obra são: Aslam, Digory Kirke, Polly Plummer, A Feiticeira Branca, Pedro Pevensie, Susana Pevensie, Edmundo Pevensie, Lucy Pevensie, Sr. Tumnus, Os Castores, Caspian X, Ripchip, Trumpkin, Shasta, Aravis, Eustáquio Mísero, Jill Pole, Brejeiro, Rilian, Confuso, Manhoso, Tirian e Tash. Cada um possui uma personalidade bastante distinta do outro e todos apresentam características que os tornam originais e clássicos em uma obra que é considerada essencial na vida de uma criança, mas que também pode ser apreciada por pessoas de qualquer faixa etária. [...]

LIMA, Victor. Disponível em: <https://nomeumundo.com/2016/08/17/as-cronicas-de-narnia/>. Acesso em: 09 maio 2019 (adaptado).

Considerando-se o gênero do e sua pretensão comunicativa, assinale a alternativa CORRETA.

A

Devido à visível impessoalidade e à predominância de sequências narrativas, trata-se de uma notícia que apresenta tempo, espaço e personagens envolvidos no acontecimento abordado.

B

Por ser um artigo de opinião, a intenção do autor foi, prioritariamente, defender seu ponto de vista sobre a obra de Clive Staples Lewis, o que já fica evidente no primeiro parágrafo.

C

É uma carta do leitor, uma vez que o autor leu o conjunto de histórias de Clive Staples Lewis e emitiu um julgamento, visando à publicação de seu texto em um jornal de grande circulação.

D

Tendo em vista as características predominantes, é um relato, por meio do qual o interlocutor passa a conhecer tanto as histórias de Nárnia, quanto a experiência de Victor Lima ao lê-las.

E

Trata-se de uma resenha, cujo objetivo foi apresentar, de forma sintetizada, o conjunto de histórias “As Crônicas de Nárnia”, de modo a estimular o interlocutor à leitura da obra.

Gabarito:

Trata-se de uma resenha, cujo objetivo foi apresentar, de forma sintetizada, o conjunto de histórias “As Crônicas de Nárnia”, de modo a estimular o interlocutor à leitura da obra.



Resolução:



Questão 2950

(G1 - IFPE 2016)

Acauã
Luiz Gonzaga

Acauã, acauã vive cantando

Durante o tempo do verão

No silêncio das tardes agourando

Chamando a seca pro sertão

Chamando a seca pro sertão

Acauã,

Acauã,

Teu canto é penoso e faz medo

Te cala acauã,

Que é pra chuva voltar cedo

Que é pra chuva voltar cedo

Toda noite no sertão

Canta o João Corta-pau

A coruja, mãe da lua

A peitica e o bacurau

Na alegria do inverno

Canta sapo, gia e rã

Mas na tristeza da seca

Só se ouve acauã

Só se ouve acauã

Acauã,

Acauã...


Julgue as proposições, a seguir, quanto às relações sintático-semânticas estabelecidas tanto dentro de um mesmo período quanto entre os períodos constantes no texto.

I. No trecho ―Te cala acauã (nono verso) ―, deveria ser acrescentada uma vírgula antes de ―acauã, uma vez que essa palavra desempenha o papel de vocativo.

II. No verso ― A coruja, mãe da lua ―, a vírgula foi utilizada, justamente, para isolar o aposto ―mãe da lua.

III. Por se tratar de sujeito posposto, seria provocado um erro de concordância se, em ― Canta o João Corta-pau / A coruja, mãe da lua / A peitica e o bacurau ―, fosse pluralizado verbo.

IV. Em ― Na alegria do inverno / Canta sapo, gia e rã ―, deveria ser acrescentada uma vírgula depois de ― inverno  ― para isolar um adjunto adverbial.

V. No verso ―Mas na tristeza da seca ―, a conjunção foi utilizada para estabelecer uma relação de concessão com os dois versos anteriores.

São verdadeiras as afirmativas: 

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Questão 2951

(G1/IFPE - 2016) 

Uma revisão de dados recentes sobre a morte de línguas

Linguistas preveem que metade das mais de 6 mil línguas faladas no mundo desaparecerá em um século — uma taxa de extinção que supera as estimativas mais pessimistas quanto à extinção de espécies biológicas. (...)

Segundo a Unesco, 96% da população mundial falam só 4% das línguas existentes. E apenas 4% da humanidade partilha o restante dos idiomas, metade dos quais se encontra em perigo de extinção. Entre 20 e 30 idiomas desaparecem por ano — uma média de uma língua a cada duas semanas. (...)

A perda de línguas raras é lamentável por várias razões. Em primeiro lugar, pelo interesse científico que despertam: algumas questões básicas da linguística estão longe de estar inteiramente resolvidas. E essas línguas ajudam a saber quais elementos da gramática e do vocabulário são realmente universais, isto é, resultantes das características do próprio cérebro humano.

A ciência também tenta reconstruir o percurso de antigas migrações, fazendo um levantamento de palavras emprestadas, que ocorrem em línguas sem qualquer parentesco. Afinal, se línguas não aparentadas partilham palavras, então seus povos estiveram em contato em algum momento.

Um comunicado do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) diz que "o desaparecimento de uma língua e de seu contexto cultural equivale a queimar um livro único sobre a natureza". Afinal, cada povo tem um modo único de ver a vida. Por exemplo, a palavra russa mir significa igualmente "aldeia", "mundo" e "paz".

É que, como os aldeões russos da Idade Média tinham de fugir para a floresta em tempos de guerra, a aldeia era para eles o próprio mundo, ao menos enquanto houvesse paz.

Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/116/a-morte-anunciada-355517-1.asp> acesso em 28 set. 2015.

Considere as análises relacionadas à sintaxe de concordância e conjugação verbal dos excertos do texto e marque a única alternativa correta. 

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Questão 27506

(IFPE - 2018)

O FIM DO LIVRO DE PAPEL

Só 122 livros. Era o que a Universidade de Cambridge tinha em 1427. Eram manuscritos lindos, que valiam cada um o preço de uma casa. Isso foi 3 décadas antes de a Bíblia de Gutenberg chegar às ruas. Depois dela, os livros deixaram de ser obras artesanais exclusivas de milionários e viraram o que viraram. Graças a uma novidade: a prensa de tipos móveis, que era capaz de fazer milhares de cópias no tempo que um monge levava para terminar um manuscrito.

Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, blá. Só que uma revolução que já acabou. Há 10 anos, pelo menos. Quando a internet começou a crescer para valer, ficou claro que ela passaria uma borracha na história do papel impresso e começaria outra.

Mas aconteceu justamente o que ninguém esperava: nada. A internet nunca arranhou o prestígio nem as vendas dos livros. Muito pelo contrário. O 2o negócio online que mais deu certo (depois do Google) é uma livraria, a Amazon. Se um extraterrestre pousasse na Terra hoje, acharia que nada disso faz sentido. Por que o livro não morreu? Como uma plataforma que, se comparada à internet, é tão arcaica quanto folhas de pergaminho ou tábuas de argila continua firme?

Você sabe por quê. Ler um livro inteiro no computador é insuportável. A melhor tecnologia para uma leitura profunda e demorada continua sendo tinta preta em papel branco. Tudo embalado num pacote portátil e fácil de manusear. Igual à Bíblia de Gutenberg. Isso sem falar em outro ingrediente: quem gosta de ler sente um afeto físico pelos livros. Curte tocar neles, sentir o fluxo das páginas, exibir a estante cheia. Uma relação de fetiche. Amor até.

Mas esse amor só dura porque ainda não apareceu nada melhor que um livro para a atividade de ler um livro. Se aparecer… Se aparecer, não: quando aparecer. Depois do CD, que já morreu, e do DVD, que está respirando com a ajuda de aparelhos, o livro impresso é o próximo da lista.

 

VERSIGNASSI, Alexandre. O fim do livro de papel. Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/o-fim-do-livro-de-papel/>. Acesso em: 06 out. 2017.

 

 Para estabelecer unidade de sentido, os textos são construídos com recursos que permitem articulação entre suas partes. Quanto à ligação entre os parágrafos do texto, analise as afirmativas abaixo.

I. A relação entre o segundo e o primeiro parágrafos se estabelece por meio da elipse, pois o verbo “ser” em “Foi uma revolução sem igual na história” retoma a criação da prensa de tipos móveis descrita no primeiro parágrafo.

II. O terceiro parágrafo é iniciado pela conjunção “mas”, que introduz uma ideia oposta à construída no parágrafo anterior: a superação do papel impresso pelo crescimento da internet, sendo assim, há uma quebra de expectativa.

III. Com a afirmação “Você sabe por quê”, que inicia o quarto parágrafo, o autor mantém a continuidade textual por meio da resposta às questões retóricas que finalizaram o terceiro parágrafo.

IV. Em “Mas esse amor só dura porque”, a conjunção grifada adiciona uma informação sobre o amor que as pessoas em geral têm pelo livro de papel, introduzindo uma relação temporal entre o quarto e o quinto parágrafo.

V. A coesão entre os parágrafos do texto constituiu-se por meio de conjunções adversativas e temporais, estabelecendo relações de oposição, de causa e consequência e de tempo.

 

Estão CORRETAS, apenas, as afirmativas  

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Questão 28650

(IFPE - 2017)

MACUNAÍMA

Uma feita a Sol cobrira os três manos duma escaminha de suor e Macunaíma se lembrou de tomar banho. Porém no rio era impossível por causa das piranhas tão vorazes que de quando em quando na luta pra pegar um naco de irmã espedaçada, pulavam aos cachos pra fora d'água metro e mais. Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d'água. E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, a água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas. Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo. Macunaíma teve dó e consolou:

— Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.

Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas.

ANDRADE, Mário de. Macunaíma. 22. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986.

 

Macunaíma é uma obra da primeira geração modernista, cujo autor, Mário de Andrade, foi um dos mentores da Semana de Arte Moderna, de 1922. A respeito da primeira fase do Modernismo, podemos afirmar que  

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