Questão 65895

(ENEM PPL - 2020) 

As cartas de amor
deveriam ser fechadas
com a língua.
Beijadas antes de enviadas.
Sopradas. Respiradas.
O esforço do pulmão
capturado pelo envelope,
a letra tremendo
como uma pálpebra.
Não a cola isenta, neutra,
mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.
Porque a saliva
acalma um machucado.
As cartas de amor
deveriam ser abertas
com os dentes.

CARPINEJAR, F. Como no céu. Rio de Janeiro: Bertrand Russel, 2005

 

No texto predomina a função poética da linguagem, pois ele registra uma visão imaginária e singularizada de mundo, construída por meio do trabalho estético da linguagem. A função conativa também contribui para esse trabalho na medida em que o enunciador procura

A

influenciar o leitor em relação aos sentimentos provocados por uma carta de amor, por meio de opiniões pessoais.

B

definir com objetividade o sentimento amoroso e a importância das cartas de amor.

C

alertar para consequências perigosas advindas de mensagens amorosas.

D

esclarecer como devem ser escritas as mensagens sentimentais nas cartas de amor.

E

produzir uma visão ficcional do sentimento amoroso presente em cartas de amor.

Gabarito:

influenciar o leitor em relação aos sentimentos provocados por uma carta de amor, por meio de opiniões pessoais.



Resolução:

A) CORRETA: o eu lírico espera que, ao expor o modo que as cartas de amor são enviadas para o destinatário, que as associações com atividades naturais do ser humano (respirar, soprar, passar a língua para grudar, etc.) façam com que o seu receptor verdadeiramente interiorize aquilo que está sendo feito e se convença de aquilo é interessante, correto ou necessário.

B) INCORRETA: não há como definir que o sentimento amoroso é algo objetivo, mas o eu lírico utiliza-se de recursos para demonstrar ao seu leitor o processo de envio de cartas de amor numa versão romantizada, o que não é o objeto a função conativa.

C) INCORRETA: no poema, não há qualquer espécie de alerta que as mensagens amorosas podem causar consequências não tão desejadas para o leitor, mas sim a demonstração de como se daria o envio.

D) INCORRETA: não há no poema qualquer indicativo de como deve ser escrito uma mensagem sentimental como esse poema. isso só seria visível se a maioria dos verbos fossem escritos no "imperativo" (deve ser feito assim, escreva de tal forma, etc.).

E) INCORRETA: a função conativa não tem como objetivo criar tal visão ficcional, mas sim de convencer alguém sobre alguma coisa.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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