Questão 65814

(ENEM PPL - 2020) 

De acordo com alguns estudos, uma inovação do português brasileiro é o R caipira, às vezes tão intenso que parece valer por dois ou três, como em porrrta ou carrrne.

Associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica e histórica, embora o R tenha sido uma das marcas do estilo matuto do ator Mazzaropi em 32 filmes. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas em busca de ouro, os linguistas encontraram o R supostamente típico de São Paulo em cidades de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, formando um modo de falar similar ao português do século XVIII.

Quem tiver paciência e ouvido apurado poderá encontrar também na região central do Brasil o S chiado, uma característica típica do falar carioca que veio com os portugueses em 1808 e era um sinal de prestígio por representar o falar da Corte.

A história da língua portuguesa no Brasil está revelando as características preservadas do português, como a troca do L pelo R, resultando em pranta em vez de planta. Camões registrou essa troca em Os Lusíadas — lá está um frautas no lugar de flautas —, e o cantor e compositor paulista Adoniran Barbosa a deixou registrada em frases como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro ao Álvaro.

FIORAVANTI, C. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 11 dez. 2017.

 

Com base na afirmação de que “associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica e histórica”, o texto propõe uma discussão sobre a(s)

A

relevância da fala de prestígio na época da Corte portuguesa.

B

inovação do português brasileiro sem equivalente em Portugal.

C

razões históricas do preconceito sobre a fala regional no Brasil.

D

importância do estudo, da preservação e do respeito à língua falada no Brasil.

E

variedade de uso da língua, característica da literatura e da música brasileiras.

Gabarito:

importância do estudo, da preservação e do respeito à língua falada no Brasil.



Resolução:

A) INCORRETA: pois o objetivo do texto não é de tratar o "R caipira" ao que era falado no momento que a Corte Portuguesa reinava sobre o país, mas sim sobre a variação linguística reinante nos dias de hoje. A temática sobre a Corte é utilizada apenas para explicar a origem dessa forma de falar no Brasil.

B) INCORRETA: uma vez que, reiteradamente, o texto apresenta que essas formas de falar provém da influência da Coroa Portuguesa no Brasil quando o país sul-americano ainda era uma colônia do país europeu. Além disso, ainda é possível encontrar essas variações em dialetos portugueses.

C) INCORRETA: a temática em torno do texto não gira em torno do preconceito que essas formas de se dizer algumas consoantes sofrem, mas sim, na verdade, estudar a ocorrência dessas falas nas regiões brasileiras e estudar como elas ocorrem no país e suas influências.

D) CORRETA: a importância do estudo é claramente ressaltada quando o autor traz inúmeros materiais para explicar a origem, a mudança e sua importância para a linguística nacional. Ao trazer que outras regiões também podem apresentar o "R caipira" e o "S chiado", o autor demonstra que, através do estudo, mostra-se que o senso comum está equivocado e que se deve sim respeitar essas formas de falar as vogais, porque eles representam a cultura e a história da língua portuguesa no país.

E) INCORRETA: quanto à questão da variedade linguística, está correto em dizer que representa o tema de discussão desse texto, mas a "característica da literatura" e a "música brasileira" não são temas que são debatidos (não se debate, por exemplo, o que é ou não literatura nem nenhuma avaliação sobre a música brasileira), mas são elementos trazidos para defender a tese da variação linguística no país e sua importância.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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