(ENEM PPL - 2020)
Entre as tentativas de encontrar o melhor ângulo para retirar o terneiro, meu irmão, o guri e seu pai tentavam convencer Jaqueline de que a morte da vaca não seria uma grande perda: “não é a mesma coisa que perder um pai, um avô, que a gente lembra para o resto da vida, fica lá no cemitério”, “bicho é bicho”. Jefferson, o guri, repetia tudo que o pai dizia, mas já afastado, pois havia sido corrido pela mãe. Jaqueline repete: “pra mim não tem diferença! Os bichos estão tudo na volta. Eles sabem quando eu chego, me conhecem, sabem o meu cheiro. Sou eu que dou comida. Não tem diferença nenhuma!”. O pai tenta concordar sem afrontar os caras, dizendo que as pessoas desenvolvem valor de estima pelos animais.
KOSBY, M. F. Mugido (ou diário de uma doula). Rio de Janeiro: Garupa, 2017.
No fragmento, as reações à perda de um animal refletem concepções fortalecidas pela
sensibilidade adquirida com a lida no campo.
banalização da morte em função de sua recorrência
expectativa do sofrimento na visão do destino humano.
certeza da efemeridade da vida como fator de pessimismo.
empatia gerada pela interseção entre o homem e seu ambiente.
Gabarito:
empatia gerada pela interseção entre o homem e seu ambiente.
A) INCORRETA: a sensibilidade destacada no pequeno trecho não está se referindo à vida campestre. Sabemos disso porque todos os personagens que aparecem no excerto são todas da vida no campo, mas algumas delas tem o sentimento de indiferença quanto à perda do animal (caso do pai e do menino), enquanto outras tem um sentimento muito forte com essa perda (caso da mãe). Além disso, o espaço do campo está mais propenso a fazer com que surjam sentimentos de indiferença do que sentimentos de empatia.
B) INCORRETA: não se pode dizer isso, porque, por mais que somente quem banalizou a morte foi o pai e o menino, a banalização não ocorreu por conta da ocorrência de morte de animais que eles estavam acostumados a ver, mas ocorreu pelo pensamento dos homens de que "bicho é bicho" e não tem sentimento.
C) INCORRETA: pois não se fala somente do destino humano nesse trecho, mas sim a temática principal gira em torno dos animais que a família cuidava e que tinham um valor sentimental muito grande para a mãe.
D) INCORRETA: não é vista a efemeridade da vida como um fator de pessimismo, mas, pelo contrário, não são feitos juízos de valor em relação ao que o autor acredita e defende sonre a efemeridade da vida.
E) CORRETA: no momento que Jacqueline diz em seu relato para não matar os animais porque "Eles sabem quando eu chego, me conhecem, sabem o meu cheiro. Sou eu que dou comida". Logo, está sendo criada uma empatia, ou seja, o aluno está se reconhecendo com o outro e está planejando como tomar atitudes que sejam respeitosas com ele e com o meio que existe. Ele é a força motriz da mudança.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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