(ENEM PPL - 2020)
Epitáfio
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
[...]
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana. Rio de Janeiro: Abril Music, 2001 (fragmento).
O gênero epitáfio, palavra que significa uma inscrição colocada sobre lápides, tem a função social de homenagear os mortos. Nesse texto, a apropriação desse gênero no título da letra da canção cria o efeito de
destacar a importância de uma pessoa falecida.
expressar desejo de reversão de atitudes.
registrar as características pessoais.
homenagear as pessoas sepultadas.
sugerir notações para lápides.
Gabarito:
expressar desejo de reversão de atitudes.
A) INCORRETA: o epitáfio nesse poema não é para destacar a importância de uma pessoa falecida, até porque não se pode deduzir que o eu lírico está morto, mas sim é colocado para marcar o efeito do que o eu lírico fez que poderia (ou não) ser diferente.
B) CORRETA: ao colocar o título como "epitáfio" e construir o poema com verbos na conjugação do futuro do pretérito (deveria, gostaria, etc.), o eu lírico explicita seu interesse com essa obra artística: assim como nas lápides, que certas vezes são colocadas os erros e as situações que a pessoa morta deveria mudar quando estava em vida, o eu lírico coloca que há situações que ele também deveria e gostaria de mudar no passado.
C) INCORRETA: colocar epitáfio como título não é para destacar características pessoais, mas sim para demarcar momentos marcantes na vida do eu lírico, assim como marca-se momentos marcantes na vida de um morto.
D) INCORRETA: essa alternativa está de acordo somente com o que significa epitáfio, mas não dialoga com o teor desse poema (que é do arrependimento do eu lírico em relação a certas coisas).
E) INCORRETA: pois o teor do poema nos demonstra que não se quer sugerir notações para as lápides, até porque não está sendo dito explicitamente sobre uma morte dentro do poema.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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