(ENEM PPL - 2022)
Apesar de derrotado na Batalha do Jenipapo, o exército de sertanejos libertou três províncias nordestinas. Esse confronto foi dos mais violentos, embora tenha ocorrido em um único dia — 13 de março de 1823. A batalha foi o resultado de embates entre o poder português e a população sertaneja piauiense, cearense e maranhense de todas as classes sociais, que formaram uma multidão de voluntários armados de instrumentos como facões, enxadas, foices, machados.
DIAS, C. M. M. Entre foices e facões. Revista de História, n. 70, jul. 2011 (adaptado).
No processo de construção do Estado nacional, esse conflito oferece um contraponto à narrativa focada em D. Pedro ao evidenciar o(a)
vigor do legado patrimonialista.
imposição da solução republicana.
deficiência das tropas metropolitanas.
protagonismo da resistência autônoma.
continuidade das contradições políticas.
Gabarito:
protagonismo da resistência autônoma.
a) vigor do legado patrimonialista.
Incorreto. Considerando que o patrimonialismo pode dificultar a construção de instituições fortes e democráticas, bem como a formação de uma sociedade civil ativa e participativa, a Batalha do Jenipapo nos mostra o contrário. Pois esse patrimonialismo não foi vigoroso a ponto de conseguir frear a união da população para lutar pelo o que acreditavam.
b) imposição da solução republicana.
Incorreto. A Batalha do Jenipapo não oferece uma imposição da solução republicana em si, mas ela foi um episódio que demonstrou o descontentamento com o poder central.
c) deficiência das tropas metropolitanas.
Incorreto. Não é certo dizer que batalha revela a deficiência das tropas metropolitanas, que enfrentaram dificuldades em lidar com a resistência popular e a insurgência regional, pois pensar nessa perspectiva é considerar que terem dificuldades em lidar com isso não seria consequência da força da resistência autônoma. Além de que, por fim, as tropas portuguesas conseguiram vencer a Batalha.
d) protagonismo da resistência autônoma.
Correto. A Batalha do Jenipapo destaca o protagonismo da resistência autônoma, que muitas vezes foi marginalizada ou esquecida pela historiografia oficial, que focaliza na figura de D. Pedro. Isso porque, como cita o texto, o confronto foi feito com a "população sertaneja piauiense, cearense e maranhense de todas as classes sociais, que formaram uma multidão de voluntários armados de instrumentos como facões, enxadas, foices, machados" e que conseguiram libertar três províncias nordestinas.
e) continuidade das contradições políticas.
Incorreto. As contradições políticas foram uma parte fundamental da história da independência do Brasil e da formação do Estado nacional brasileiro, refletindo a diversidade e complexidade da sociedade brasileira e os desafios enfrentados na construção de uma nação. A luta pela emancipação não foi apenas uma questão de se libertar do domínio colonial português, mas também de lidar com as tensões internas e os desafios de construir uma nova nação. Porém, não faz sentido ver a continuidade dessas contradições políticas como um contraponto à narrativa focada em D. Pedro.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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