(ENEM PPL - 2022)
O testemunho nunca é um relato exato do que aconteceu. Na verdade, ao expor seu passado, o sujeito está sempre procedendo a uma reelaboração pela qual memórias tidas como negativas podem, consciente ou inconscientemente, ser esquecidas. Em certos momentos, simplesmente para seguir em frente, é preciso esquecer.
VASCONCELOS, C. B. As análises da memória: balanço e possibilidades. Estudos Históricos, n. 43, jan.-jun. 2009 (adaptado).
O texto ressalta um aspecto fundamental da produção de memória ao identificá-la como
constituída de intuições do narrador.
dissociada do contexto de surgimento.
marcada pela seletividade das lembranças.
caracterizada pela uniformidade dos relatos.
resultado do compartilhamento das vivências.
Gabarito:
marcada pela seletividade das lembranças.
a) constituída de intuições do narrador.
INCORRETA - O fato de o autor dizer que "O testemunho nunca é um relato exato do que aconteceu", anula a veracidade essa alternativa, uma vez que as intuições são coisas que não aconteceram.
b) dissociada do contexto de surgimento.
INCORRETA - As memórias estão sempre associadas com o contexto em que elas foram produzidas. É justamente isso que faz com que consigamos associar uma memória a um sentimento bom ou ruim, por exemplo.
c) marcada pela seletividade das lembranças.
CORRETA - A nossa memória é seletiva. Por isso, não somos capazes de lembrar tudo o que já nos aconteceu e, também, perdemos a memória (conscientemente ou não) de lembranças traumáticas - pois esse é um mecanismo de defesa do nosso cérebro para lidar com as memórias que podem nos trazer sentimentos negativos.
d) caracterizada pela uniformidade dos relatos.
INCORRETA - Os relatos da memória não são sempre os mesmos. Sempre que rememoramos algo e contamos esse passado, nós estamos reelaborando esse relato.
e) resultado do compartilhamento das vivências.
INCORRETA - A memória não é resultado do compartilhamento das vivências porque não é sempre que somos capazes de compartilhar uma memória. Como no caso das lembranças perdidas ou esquecidas, por exemplo.
(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
(ENEM PPL - 2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
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(ENEM PPL - 2010)
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a
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