Questão 77752

(ENEM PPL - 2022)

 

TEXTO I

Acresce que o negócio açucareiro, além de exigir capitais enormes, que excediam às possibilidades da gente comum, só admitia uns poucos trabalhadores especializados entre a classe de senhores e a massa escrava. A própria rigidez da disciplina de trabalho no engenho devia torná-lo insuportável para o trabalhador livre e, mais ainda, para gente afeita à vida aventurosa e vadia dos vilarejos.

 

TEXTO II

As atividades pastoris, nas condições climáticas dos sertões cobertos de pastos pobres e com extensas áreas sujeitas a secas periódicas, conformaram não só a vida mas a própria figura do homem e do gado. Um e outro diminuíram de estatura, tornaram-se ossudos e secos de carnes. Assim associados, multiplicando-se juntos, o gado e os homens foram penetrando terra adentro, até ocupar, ao fim de três séculos, quase todo o sertão.

RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

 

O antropólogo Darcy Ribeiro, em sua análise sobre a formação do povo brasileiro, enfatiza o papel condicionante exercido pela dicotomia entre

A

manufatura e comércio na estrutura econômica.

B

litoral e interior na organização produtiva.

C

nativos e reinóis na hierarquia laboral.

D

urbano e rural no espaço colonial.

E

safra e pousio no uso do solo.

Gabarito:

litoral e interior na organização produtiva.



Resolução:

a) manufatura e comércio na estrutura econômica.

Incorreta. A dicotomia apontada nos textos não dizem respeito à manufatura e ao comércio, mas sim ao ramo açucareiro e às práticas pastoris.

b) litoral e interior na organização produtiva.

Correta. O primeiro excerto tem enfoque nos trabalhadores do ramo açucareiro e o segundo, nos trabalhadores dos pastos. No contexto colonial, os engenhos encontravam-se no litoral, enquanto a pecuária foi se estendendo pelo sertão, gerando a interiorização da colônia (“o gado e os homens foram penetrando terra adentro”). Dessa forma, a dicotomia apontada pelo antropólogo é entre litoral e interior.

c) nativos e reinóis na hierarquia laboral.

Incorreta. Os grupos abordados nos textos não são estes, mas sim os trabalhadores atuantes nos engenhos, nos pastos e que tiveram relação com a interiorização do território colonial.

d) urbano e rural no espaço colonial.

Incorreta. As atividades discutidas nos textos não formam uma dicotomia entre atividades rurais e urbanas, estas sendo o trabalho no engenho e nos pastos.

e) safra e pousio no uso do solo.

Incorreta. O texto não especifica técnicas como safra e pousio, tratando apenas das condições insalubres do trabalho no engenho. Além disso, como o segundo texto diz respeito ao trabalho pastoril, a questão não se restringe à agricultura.



Questão 1828

(Enem PPL 2014) Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate premiado, que disse: – Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!

O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.


A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva

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Questão 1831

(ENEM PPL - 2010) 

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se 

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Questão 2707

 (ENEM PPL - 2010)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB/USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que nas artes plásticas, a 

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Questão 3051

(Enem PPL 2015)

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