Questão 14765

(UFU - 2000)

A Patrística (séculos II ao V d.C.) é o movimento intelectual dos primeiros padres da Igreja, destinado a justificar a fé cristã, tendo em vista a conversão dos pagãos. Sobre a Patrística pode-se afirmar, com certeza:

I. assume criticamente elementos da filosofia platônica na tentativa de melhor fundamentar a doutrina cristã.
II. considera que as verdades da razão estão sempre em contradição com as verdades reveladas por Deus.
III. incorpora as teses da metafísica aristotélica para fundar uma teologia estritamente racionalista.
IV. considera a razão como auxiliar da fé e a ela subordinada, tal como expressa a frase de Sto. Agostinho "creio porque entendo".

A

II e IV são corretas.

B

I e IV são corretas.

C

III e IV são corretas.

D

Apenas II é correta.

Gabarito:

I e IV são corretas.



Resolução:

b) I e IV são corretas.

 

I. Correta. assume criticamente elementos da filosofia platônica na tentativa de melhor fundamentar a doutrina cristã.
A Patrística traz conceitos da filosofia platônica, principalmente por via Plotino, buscando fundamentar mehor a doutrina cristã em termos filosóficos. É crítica, pois não incorpora todos os elementos dessa perspectiva, apenas aquilo que é útil para embasar a doutrina e dialoga com esta. Os filósofos cristãos como Agostinho, Justino Mártir e muitos outros também criticaram elementos da filosofia platônica.

II. Incorreta. considera que as verdades da razão estão sempre em contradição com as verdades reveladas por Deus.
Os pensadores patrísticos não compreendiam que as verdades da razão estão sempre em contradição com as verdades reveladas por Deus, pois, embora alguns autores de língua latina tenham recusado o diálogo com a filosofia platônica, todos buscavam explicar as verdades reveladas também em nível racional.

III. Incorreta. incorpora as teses da metafísica aristotélica para fundar uma teologia estritamente racionalista.
As teses da metafísica aristotélica são incorporadas pela filosofia tomista, na Escolástica.

IV. Correta. considera a razão como auxiliar da fé e a ela subordinada, tal como expressa a frase de Sto. Agostinho "creio porque entendo".
A razão está submetida ao conhecimento revelado, que é acessado por meio da fé, de modo que a razão serve à fé.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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