(UFSCAR - 2003) À cristianização compulsiva se seguiu, tempos depois, a partir da dinastia dos Bourbons, a castelhanização compulsiva. O centralismo castelhano, negador da pluralidade nacional e cultural da Espanha, chegou ao paroxismo sob a ditadura de Franco.
Eduardo Galeano. A descoberta da América (que ainda não houve).
Tendo em vista o texto, considere as quatro afirmações seguintes:
I. O autor refere-se ao período da imposição do cristianismo na Espanha e suas colônias, com os tribunais da inquisição, nos séculos XV e XVI.
II. O autor refere-se à unificação espanhola comandada por castelhanos, a partir da aliança entre Isabel de Castela e Fernando de Aragão.
III. O autor refere-se às lutas por independência por parte de catalães, andaluzes, bascos e galegos.
IV. O autor refere-se ao centralismo do Estado ditatorial de Franco no final do século XIX.
Estão corretas as afirmações
I e II, apenas.
I, II e III, apenas.
I, III e IV, apenas.
II, III e IV, apenas.
I, II, III e IV.
Gabarito:
I, II e III, apenas.
IV. O autor refere-se ao centralismo do Estado ditatorial de Franco no final do século XIX.
Incorreta. O centralismo do Estado ditatorial de Franco, a ditadura franquista, a que se refere a alternativa IV, ocorreu no século XX, dos anos 1939 a 1976, não encaixando no contexto histórico da questão.
Com cristianização compulsiva, o autor refere-se à Inquisição espanhola, que foi uma instituição fundada em 1478 por Fernando II de Aragão e Isabel de Castela para manter a ortodoxia católica em seus reinos (Espanha e colônias), que perseguiu e impôs severas punições àqueles que não aderiam ao catolicismo.
Com castelhanização compulsiva, o autor trata da unificação espanhola sob o comando dos castelhanos, iniciada pela união de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, que negou a pluralidade cultural dos povos dentro da região espanhola e impôs o castelhanismo. Assim, formam-se as lutas por independência dos catalães, andaluzes, bascos e galegos. Esse centralismo castelhano acabou com a ditadura franquista, como dito no enunciado.
(UFSCar - 2000)
Tu amarás outras mulheres
E tu me esquecerás!
É tão cruel, mas é a vida. E no entretanto
Alguma coisa em ti pertence-me!
Em mim alguma coisa és tu.
O lado espiritual do nosso amor
Nos marcou para sempre.
Oh, vem em pensamento nos meus braços!
Que eu te afeiçoe e acaricie...
(Manuel Bandeira: A Vigília de Hero. In: O ritmo dissoluto. Poesia completa e prosa.
2ª ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967, p. 224.)
Manuel Bandeira usa, no poema, os pronomes pessoais com muitas variações. O pronome pessoal de primeira pessoa do singular, por exemplo, está empregado na sua forma reta e nas formas oblíquas (eu, me, mim). O mesmo acontece com o pronome pessoal de
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(Ufscar 2003)
A questão adiante baseiam-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, [= aspecto) Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito:
"Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d'alma e da vida Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios! Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana."
Entre os versos "Chamam-te ilustre, chamam-te subida, / Sendo digna de infames vitupérios", a relação que se estabelece é de:
(Ufscar 2003)
A questão adiante baseiam-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, [= aspecto) Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito:
"Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d'alma e da vida Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios! Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana."
Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como "O Velho do Restelo". Nela, o velho
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(UFSCAR - 2004)
O pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja.
Ordenado, mas como as estrelas. (...) Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras.
Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte está dia, da outra há-de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu.
Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras.
(Vieira, Sermão da Sexagésima.)
No texto, Vieira critica um certo estilo de fazer sermão, que era comum na arte de pregar dos padres dominicanos da época. O uso da palavra "xadrez" tem o objetivo de
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