Questão 12888

(Pucsp 2005) A "Ilíada" e a "Odisseia" são atribuídas a Homero e referem-se, respectivamente, à Guerra de Tróia e à volta de Ulisses à sua ilha, Ítaca, ao final dessa guerra. Sobre essas duas obras, pode-se afirmar que:

A

defendem a superioridade étnica dos gregos sobre os troianos e alertam para os riscos que os deuses e mitos representavam para os gregos.

B

caracterizam papéis masculino e feminino nas sociedades gregas antigas e representam a interferência dos deuses nos assuntos dos mortais.

C

ridicularizam a falta de habilidade guerreira dos gregos e elogiam a ingenuidade política dos troianos, que aceitaram o cavalo de madeira como presente.

D

simbolizam a luta dos gregos pela democracia e criticam a disposição teocrática e tirânica dos legisladores e militares troianos.

E

associam os perigos enfrentados na viagem de volta à Grécia à necessidade de sofrer para obter a redenção e a salvação perante os deuses.

Gabarito:

caracterizam papéis masculino e feminino nas sociedades gregas antigas e representam a interferência dos deuses nos assuntos dos mortais.



Resolução:

A: as obras de Homero não colocam como superiores os gregos em relação aos troianos, nem alertam para riscos que a mitologia poderia trazer para o povo. Elas narraram os conflitos entre gregos e troianos e descreveram a influência dos deuses nas vidas dos mortais e suas interferências em assuntos terrenos.

B: a Ilíada e a Odisseia retratam papeis masculinos e femininos no sentido de que as mulheres, relegadas aos desejos dos homens, têm presença importante na sociedade por representarem objetos de desejo (e motivos de disputa) do sexo oposto, e os homens são os fortes guerreiros que lutam por elas e por sua nação, família ou princípios. O papel das mulheres, apesar de central, estava à mercê dos homens, e o papel dos homens era, além de heroico pelo seu povo, de salvadores e merecedores do amor de sua 'desejada'. Na Ilíada, uma guerra foi travada a partir da disputa por Helena de Troia, que, ao longo de toda a história, é apenas um objeto de disputa.

As obras representam a interferência dos deuses nos assuntos mortais por meio do próprio tema das obras: relata a fúria do herói Aquiles, filho de uma deusa e um mortal, e suas trágicas consequências na Guerra de Tróia, na qual mata Heitor, o filho do rei de Tróia. Odisséia conta as difíceis aventuras que enfrenta Ulisses, rei de Ítaca, e seu retorno para casa após a guerra, onde o esperam sua esposa, Penélope, e o filho, Telêmaco. Numa visão bastante simplificada, teríamos a Ilíada como a ida ao oriente, movimento de invasão à Ásia pela Europa, enquanto que a Odisseia seria o retorno dos invasores com seus troféus de guerra. Porém, com interferências dos deuses, ações e personificações deles, que mudam os rumos das decisões das personagens e que alteram todo seu caminho.

C/D: são temas impertinentes às obras; a primeira alternativa traz temas que são descritos em momentos nas obras, mas não são tema central e nem dessa forma ("ridicularizam a falta de habilidade", "elogiam a ingenuidade"). A segunda alternativa apresenta temas não tratados profundamente ("a luta dos gregos pela democracia", "criticam a disposição teocrática e tirânica dos legisladores e militares").

E: a alternativa refere-se somente à uma obra, a Odisseia.



Questão 1817

(PUC-SP-2001)

A QUESTÃO É COMEÇAR

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.

No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.

Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.

Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

 

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:

“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”

Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.

Indique a alternativa que explicita essa função.

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Questão 1833

(Pucpr 2004)

"Aula de Português"

 

A linguagem na ponta da língua,

tão fácil de falar e de entender.

A linguagem na superfície estrelada das estrelas,

sabe lá o que ela quer dizer?

 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.) 

 

 

Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA: 

 

 

 

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Questão 1838

(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.

 

A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.

 

CAPÍTULO 2 (O CORPO)

Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor

Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés

Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.

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Questão 1868

(Puccamp 2016)

Editorial

Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.

Comenta-se com correção:

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