Questão 2938

 (UFF-RJ-2006)

 Assinale a opção que DIVERGE da atitude do eu-lírico no poema
.

A

O eu lírico elabora uma pergunta que ele próprio irá responder ao seu leitor virtual, empregando um termo em francês ("singe") e outro em português ("guariba").    

B

O eu lírico considera que não é preciso apresentar-se de tanga, como um personagem do Indianismo, para que se entenda o seu "português mal falado".    

C

O eu lírico deixa claro que ele próprio não consegue penetrar no seu "cassange", por sua virtude de urubutinga.    

D

O eu lírico deixa implícito que, se o leitor virtual conhece a expressão francesa, mas não a brasileira, é macaco de imitação, que só conhece o estrangeiro.    

E

O eu lírico emprega expressões coloquiais ("estranja", "pra", "mano"), seguindo uma linha modernista de incorporação da linguagem do dia à literatura

Gabarito:

O eu lírico deixa claro que ele próprio não consegue penetrar no seu "cassange", por sua virtude de urubutinga.    



Resolução:

a) O eu lírico elabora uma pergunta que ele próprio irá responder ao seu leitor virtual, empregando um termo em francês ("singe") e outro em português ("guariba").    

Sim, ele faz um paralelo entre os dois vocábulos de mesmo significado (macaco) para questionar a falta de entendimento das variações linguística do português. 

b) O eu lírico considera que não é preciso apresentar-se de tanga, como um personagem do Indianismo, para que se entenda o seu "português mal falado".    

Correto, ele diz que é preciso apenas se abrir aos dialetos falados no território, ter interesse por esse outro lado da cultura. 

c) O eu lírico deixa claro que ele próprio não consegue penetrar no seu "cassange", por sua virtude de urubutinga.    

Incorreto, ele se apropria dessa variação, tanto que a chama de "meu caçange".

d) O eu lírico deixa implícito que, se o leitor virtual conhece a expressão francesa, mas não a brasileira, é macaco de imitação, que só conhece o estrangeiro.    

Correto, esse é questionamento feito pelo eu-lírico durante o poema. Ele se surpreende com o fato das pessoas conhecerem expressões estrangeiras, mas não conhecerem as relativas a seu próprio idioma. 

e) O eu lírico emprega expressões coloquiais ("estranja", "pra", "mano"), seguindo uma linha modernista de incorporação da linguagem do dia à literatura

Correto, os modernistas tinham como uma de suas características o uso do cotidiano em suas obras e isso se traduz pelo uso de uma linguagem coloquial. 

Dessa maneira, a alternativa a ser assinalada é a letra [C]. 



Questão 1829

 (Uff 2012)

 

TEXTO I

A Rede Veia Luiz Queiroga e Cel. Ludugero

Eu tava com a Felomena

Ela quis se refrescar

O calor tava malvado

Ninguém podia aguentar

Ela disse meu Lundru

Nós vamos se balançar

A rede veia comeu foi fogo

Foi com nois dois pra lá e pra cá

Começou a fazer vento com nois dois a palestrar

Filomena ficou beba de tanto se balançar

Eu vi o punho da rede começar a se quebrar

A rede veia comeu foi fogo

Só com nois dois pra lá e pra cá

A rede tava rasgada e eu tive a impressão

Que com tanto balançado nois terminava no chão

Mas Felomena me disse, meu bem vem mais pra cá

A rede veia comeu foi fogo

Foi com nois dois pra lá e pra cá

Disponível em http://www.luizluagonzaga.mus.br/index.php? option=com_content&task=view&id=&&&Itemid= 103 Acessado em: 02 ago 2011.


TEXTO II

Pescaria Dorival Caymmi

Ô canoeiro, bota a rede, bota a rede no mar ô canoeiro, bota a rede no mar.

Cerca o peixe, bate o remo, puxa a corda, colhe a rede, ô canoeiro, puxa a rede do mar.

Vai ter presente pra Chiquinha ter presente pra laiá, canoeiro, puxa a rede do mar.

Cerca o peixe, bate o remo, puxa a corda, colhe a rede, ô canoeiro, puxa a rede do mar.

Louvado seja Deus, ó meu pai.

Disponível em: http://www.miltonnascimento.com.br/#/obra. Acessado em: 02 ago 2011.


TEXTO III

A Rede Lenine e Lula Queiroga

Nenhum aquário é maior do que o mar

Mas o mar espelhado em seus olhos

Maior me causa o efeito

De concha no ouvido

Barulho de mar

Pipoco de onda

Ribombo de espuma e sal

Nenhuma taça me mata a sede Mas o sarrabulho me embriaga Mergulho na onda vaga E eu caio na rede, Não tem quem não caia E eu caio na rede, Não tem quem não caia

Às vezes eu penso que sai dos teus olhos o feixe De raios que controla a onda cerebral do peixe

Nenhuma rede é maior do que o mar Nem quando ultrapassa o tamanho da Terra Nem quando ela acerta, Nem quando ela erra Nem quando ela envolve todo o Planeta

Explode e devolve pro seu olhar O tanto de tudo que eu tô pra te dar Se a rede é maior do que o meu amor Não tem quem me prove Se a rede é maior do que o meu amor Não tem quem me prove

Disponível em: http://www.lenine.com.br/faixa/a-rede-1 Acessado em: 02 ago 2011.


TEXTO IV

Nina Chico Buarque

Nina diz que tem a pele cor de neve

E dois olhos negros como o breu Nina diz que, embora nova

Por amores já chorou

Que nem viúva Mas acabou, esqueceu

Nina adora viajar, mas não se atreve

Num país distante como o meu

Nina diz que fez meu mapa

E no céu o meu destino rapta

O seu

Nina diz que se quiser eu posso ver na tela

A cidade, o bairro, a chaminé da casa dela

Posso imaginar por dentro a casa

A roupa que ela usa, as mechas, a tiara

Posso até adivinhar a cara que ela faz

Quando me escreve

Nina anseia por me conhecer em breve

Me levar para a noite de Moscou

Sempre que esta valsa toca

Fecho os olhos, bebo alguma vodca

E vou

Disponível em: http://www.chicobuarque.com.br/construcao/mestre.asp?pg=nina_2011.htm

 

Uma língua varia em função de aspectos sociais, localização geográfica e uso de diferentes registros, ligados às situações de comunicação.

Marque a alternativa que analisa corretamente a ocorrência de variação linguística nos textos

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Questão 2696

(UFF - 2010)

A DESCOBERTA DA AMÉRICA E A BARBÁRIE DOS CIVILIZADOS

– A conquista da América pelos europeus foi uma tragédia sangrenta. A ferro e fogo! Era a divisa dos cristianizadores. Mataram à vontade, destruíram tudo e levaram todo ouro que havia.
Outro espanhol, de nome Pizarro, fez no Peru coisa idêntica com os incas, um povo de civilização muito adiantada que lá existia. Pizarro chegou e disse ao imperador inca que o papa havia dado aquele país aos espanhóis e ele viera tomar conta. O imperador inca, que não sabia quem era o papa, ficou de boca aberta, e muito naturalmente não se submeteu. Então Pizarro, bem armado de canhões conquistou e saqueou o Peru.
– Mas que diferença há, vovó, entre estes homens e aquele Átila ou aquele Gengis-Cã que marchou para o ocidente com os terríveis tártaros, matando, arrasando e saqueando tudo?
– A diferença única é que a história é escrita pelos ocidentais e por isso torcida a nosso favor.

     Vem daí considerarmos como feras aos tártaros de Gengis-Cã e como heróis com monumentos em toda parte, aos célebres “conquistadores” brancos. A verdade, porém, manda dizer que tanto uns como outros nunca passaram de monstros feitos da mesmíssima massa, na mesmíssima forma. Gengis-Cã construiu pirâmides enormes com cabeças cortadas aos prisioneiros. Vasco da Gama encontrou na Índia vários navios árabes carregados de arroz, aprisionou-os, cortou as orelhas e as mãos de oitocentos homens da equipagem e depois queimou os pobres mutilados dentro dos seus navios.

Monteiro Lobato, História do mundo para crianças. Capítulo LX

 

Monteiro Lobato narra a história das civilizações sob um ponto de vista crítico contrário à tradição ocidental, evidenciando as diferenças de comportamento entre as civilizações.

Assinale a opção que exemplifica a disparidade das visões no encontro histórico de civilizações diferentes.

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Questão 2917

(Uff 2007)

 

A temática sobre a diversidade da Baía de Guanabara tem motivado a criação de textos em linguagem verbal e linguagem não-verbal, produzindo sentidos crítico, humorístico, poético, informativo etc.

Assinale, na sequência de textos verbais e não-verbais, APENAS aquele que é PREDOMINANTEMENTE INFORMATIVO.

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