Questão 14780

(UFU - 2006)

“Em sua teoria do conhecimento, Tomás de Aquino substitui a doutrina da iluminação divina pela da abstração, de raízes aristotélicas: a única fonte de conhecimento humano seria a realidade sensível, pois os objetos naturais encerrariam uma forma inteligível em potência, que se revela, porém, não aos sentidos que só podem captá-la individualmente - mas ao intelecto.”

INÁCIO, Inês C. e LUCA, Tânia Regina de. O pensamento medieval. São Paulo: Ática, 1988, p. 74.

Considerando o trecho citado, assinale a alternativa verdadeira.

A

O texto faz referência à influência de Aristóteles no pensamento de Tomás de Aquino, que se opõe, em muitos pontos, à tradição agostiniana, que tinha influência de Platão.

B

O texto expõe a doutrina da iluminação, formulada por Tomás de Aquino para explicar a origem de nosso conhecimento.

C

Para Tomás de Aquino, a realidade sensível é apenas uma cópia enganosa da verdadeira realidade que se encontra na mente divina.

D

Tomás de Aquino substitui a doutrina da iluminação pela teoria da abstração aristotélica, a fim de mostrar que a fé em Deus é incompatível com as verdades científicas.

Gabarito:

O texto faz referência à influência de Aristóteles no pensamento de Tomás de Aquino, que se opõe, em muitos pontos, à tradição agostiniana, que tinha influência de Platão.



Resolução:

a) Correta. O texto faz referência à influência de Aristóteles no pensamento de Tomás de Aquino, que se opõe, em muitos pontos, à tradição agostiniana, que tinha influência de Platão.
Tomás de Aquino, embora influenciado fortemente por Agostinho de Hipona, recebe uma grande influência do pensamento aristótelico — na Idade Média, houve uma grande atenção para obras de Aristóteles, que foram traduzidas por pensadores árabes; Agostinho, por sua vez, tem como maior influência o pensamento neoplatônico.

 

b) Incorreta.  O texto expõe a doutrina da iluminação, formulada por Tomás de Aquino para explicar a origem de nosso conhecimento.
A teoria da iluminação foi formulada, na verdade, por Agostinho.

c) Incorreta. Para Tomás de Aquino, a realidade sensível é apenas uma cópia enganosa da verdadeira realidade que se encontra na mente divina.
Para Tomás de Aquino, assim como Agostinho, retoma a doutrina platônica de participação, que concebe que a realidade sensível participa da existência divina, como algo finito, imperfeito e temporal, mas não falso.

d) Incorreta. Tomás de Aquino substitui a doutrina da iluminação pela teoria da abstração aristotélica, a fim de mostrar que a fé em Deus é incompatível com as verdades científicas.
Ao contrário, Tomás de Aquino, por um modo sistemático e racional, busca vincular fé e razão.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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