Questão 62989

(UFU - 2006)

O fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades politicas e submeterem-se a um governo é a conservação de suas propriedades, ou seja, de suas vidas, liberdades e bens.

Adaptado de LOCKE, John. 'Dois Tratados sobre o Governo'. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p.495.

A autoproteção constitui a única finalidade pela qual se garante à humanidade, individual ou coletivamente, interferir na liberdade de ação de qualquer um. O único propósito de se exercer legitimamente o poder sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra sua vontade, é evitar dano aos demais.

Adaptado de MILL, J.Stuart. 'A Liberdade'. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.17.

Os trechos anteriores referem-se aos fundamentos do pensamento liberal. Sobre esse tema, assinale a alternativa que apresenta a explicação INCORRETA.

A

Em defesa da razão e da liberdade, vários pensadores europeus inspiraram uma série de transformações sociais, econômicas e políticas, principalmente a partir do século XVIII, cujas consequências estão presentes até hoje na sociedade contemporânea.

B

As bases filosóficas e políticas da sociedade civil e do Estado liberal moderno formaram-se, primeiramente, na Inglaterra no século XVII, tendo como um de seus principais idealizadores John Locke.

C

A defesa da liberdade e da propriedade como direitos legítimos do indivíduo foi importante na formação do ideário liberal, comum a dois importantes movimentos político-sociais europeus nos séculos XVII e XVIII: a Revolução Gloriosa na Inglaterra e a Revolução Francesa.

D

Os princípios do liberalismo, defendidos por Locke e Stuart Mill, excluem os direitos do indivíduo na sociedade ao justificarem a adoção de punições em função de ameaças à liberdade e a propriedade.

Gabarito:

Os princípios do liberalismo, defendidos por Locke e Stuart Mill, excluem os direitos do indivíduo na sociedade ao justificarem a adoção de punições em função de ameaças à liberdade e a propriedade.



Resolução:

a) Em defesa da razão e da liberdade, vários pensadores europeus inspiraram uma série de transformações sociais, econômicas e políticas, principalmente a partir do século XVIII, cujas consequências estão presentes até hoje na sociedade contemporânea.

Correta.

b) As bases filosóficas e políticas da sociedade civil e do Estado liberal moderno formaram-se, primeiramente, na Inglaterra no século XVII, tendo como um de seus principais idealizadores John Locke.

Correta. 

c) A defesa da liberdade e da propriedade como direitos legítimos do indivíduo foi importante na formação do ideário liberal, comum a dois importantes movimentos político-sociais europeus nos séculos XVII e XVIII: a Revolução Gloriosa na Inglaterra e a Revolução Francesa.

Correta.

d) Os princípios do liberalismo, defendidos por Locke e Stuart Mill, excluem os direitos do indivíduo na sociedade ao justificarem a adoção de punições em função de ameaças à liberdade e a propriedade.

Incorreto. Os princípios do liberalismo não excluem os direitos do indivíduo na sociedade. Como está descrito na letra C, a defesa da liberdade e da propriedade como direitos legítimos do indivíduo foi importante na formação do ideário liberal. 



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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