Questão 54728

(UFU - 2006) 

GLAMOUR 05

Manuel Vicent

Cuando las imágenes de actualidad se vuelvan amarillas y concentren el perfume de la memoria perdida, algunas escenas que ahora nos parecen vulgares mañana estarán cubiertas de la misma fascinación que en nosotros producen las siluetas evanescentes de la época de entreguerras. En medio de la insoportable mediocridad en que vivimos me gustaría saber quiénes son y dónde se hallan hoy esos personajes que el tiempo convertirá en humo de oro en las páginas de las viejas revistas. Puede que dentro de cien años nuestros descendientes lloren de nostalgia al ver en los reportajes los escaparates de las librerías, las colas de los cines, los antros de jazz con los metales de la orquesta y el sudor de los músicos negros brillando bajo la intensa niebla de los cigarrillos. Entonces todavía se fumaba, dirá la gente cuando el jazz huela a lavanda y no a tabaco profundo. En esas imágenes del pasado aparecerán trenes de cercanías con jóvenes concentrados en la pantalla del ordenador portátil abierto en las rodillas y alguien explicará que en aquel tiempo para trabajar había que desplazarse hasta la fábrica. La informática, el incipiente Internet y el genoma descodificado del gusano tendrán el mismo romanticismo de la máquina de vapor, del zepelín extasiado sobre los tejados de París o de la vacuna de Pasteur. Entre coches atascados de una avenida aparecerá oyendo música en un MP3 una chica en bicicleta con un periódico en el cestillo del manillar y desde una valla publicitaria Noemí Campbell ofrecerá a los peatones la tarta de chocolate de su propio cuerpo diluido en el mar de automóviles. Puede que la chica de la bicicleta se siente en la terraza de un bar frente a una playa vacía y pida cocacola, que será un refresco ya olvidado, y luego empiece a leer el periódico todavía impreso en papel con fecha del domingo 18 de diciembre de 2005. Todas las desgracias, crímenes y guerras que ocupen la actualidad este día se habrán convertido en estiércol de la historia; los nombres de políticos, artistas y escritores cuyas fotos aparecían en sus páginas también se habrán ido por el sumidero, si bien el periódico que lee esa chica traerá imágenes de algunos personajes que serán fascinantes y harán soñar a los habitantes del futuro. Dentro de cien años nuestra mediocridad también será nostalgia. Me gustaría saber quiénes son hoy esos seres que el tiempo convertirá en criaturas de oro envueltas en el humo de la memoria. Están entre nosotros, pero nadie los conoce.

El país, 18 de diciembre de 2005.

Os verbos volverse e convertirse, apresentados em negrito no texto, indicam

A

deseo.

B

enfado.

C

cambio.

D

movimiento.

Gabarito:

cambio.



Resolução:

[C]

Os verbos destacados são, tradicionalmente, verbos de cambio, ou seja, que indicam alguma mudança de estado, transformação. No texto em questão, não é diferente: 

"Cuando las imágenes de actualidad se vuelvan amarillas y concentren el perfume de la memoria perdida" (Quando as imagens da atualidade se tornem amarelas e concentrem o perfume da memória perdida >> ou seja, há uma mudança de estado físico-metafórico dessas imagens); 

"Todas las desgracias, crímenes y guerras que ocupen la actualidad este día se habrán convertido en estiércol de la historia" (Todos os desastres, crimes e guerras que ocupem a atualidade neste dia terão se transformado no esterco da história >> a transformação da ideia sobre as "desgraças" históricas). 



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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