Questão 14779

(Ufu 2007) Sobre a questão dos universais na Idade Média, considere o texto a seguir e marque a alternativa correta.
“Resume-se, frequentemente, a contribuição histórica de Guilherme de Ockham ao ‘nominalismo’. Sem ser falsa, esta visão é insuficiente. É incontestável que, para Guilherme de Ockham, existem apenas seres singulares e substâncias individuais ou qualidades particulares. Mas seu impacto repousa mais fundamentalmente num tipo de análise da linguagem da qual ele é ao mesmo tempo o teórico e um de seus praticantes mais finos.”

BIARD, Jöel. “Guilherme de Ockham”.In: LABRUNE, Monique & JAFFRO, Laurent (coord.). A construção da filosofia ocidental (Gradus Philosophicus). São Paulo: Mandarim, 1996, p. 166.

A

Entre os filósofos da Idade Média, são considerados nominalistas, além de Guilherme de Ockham, Tomás de Aquino e Duns Scot.

B

Segundo o texto citado, é falso classificar Guilherme de Ockham entre os adeptos do nominalismo.

C

No âmbito da chamada “questão dos universais”, a posição oposta à de Guilherme de Ockham é conhecida como “conceptualismo”.

D

O nominalismo de que fala o texto é a tese segundo a qual os conceitos universais não têm existência fora da mente.

Gabarito:

O nominalismo de que fala o texto é a tese segundo a qual os conceitos universais não têm existência fora da mente.



Resolução:

d) Correta. O nominalismo de que fala o texto é a tese segundo a qual os conceitos universais não têm existência fora da mente.
Essa questão suscita a discussão sobre os universais durante a idade média, se eles existem nos seres particulares ou se são apenas abstrações mentais sem existência real. Guilherme de Ockham, filósofo medieval e escolástico, concebe que os universais não possuem existência real, mas são palavras instituídas por convenção, dotadas de significação das coisas. Por exemplo, árvore não existe em si mesma, pois não há um único universal denominado árvore que exista na realidade, mas a palavra denomina diversas características que se repetem em diversas árvores particulares.

 

a) Incorreta. Entre os filósofos da Idade Média, são considerados nominalistas, além de Guilherme de Ockham, Tomás de Aquino e Duns Scot.
Destes autores, apenas Guilherme de Ockham era nominalista.

b) Incorreta. Segundo o texto citado, é falso classificar Guilherme de Ockham entre os adeptos do nominalismo.
Guilherme de Ockham era nominalista.

c) Incorreta. No âmbito da chamada “questão dos universais”, a posição oposta à de Guilherme de Ockham é conhecida como “conceptualismo”.
A posição oposta ao nominalismo é o realismo.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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