(UFU - 2007) O trecho a seguir, escrito na década de 1850, refere-se à proliferação de anúncios comerciais na mídia escrita e em espaços urbanos do Brasil, especialmente na corte do Rio de Janeiro.
[...] O anúncio [...] esse agente do industrialismo, esse representante vivo do "make money", triunfa até mesmo nas límpidas esferas onde outrora reinava soberana a inspiração.
("Novo correio das Modas", ago-set 1854. APUD: MAUAD, Ana Maria. Imagem e autoimagem do Segundo Reinado. In: "História da Vida Privada no Brasil". Vol. 2, São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 202.)
Considerando a citação apresentada e o contexto da época, marque a alternativa INCORRETA.
Os anúncios que proliferavam na mídia e nos espaços urbanos do Rio de Janeiro na década de 1850 eram financiados por comerciantes norte-americanos. Tais anúncios faziam propaganda abolicionista, pregavam a respeito da necessidade da industrialização e divulgavam ideias liberais.
A década de 1850 representa um momento da História do Brasil em que o liberalismo e os valores burgueses começavam a seduzir setores da elite imperial. Sintomas disso são as primeiras tentativas de industrialização e a construção das primeiras estradas de ferro no Brasil.
A partir da década de 1850, o processo de introdução de ideias liberais e valores capitalistas no Brasil imperial foi intensificado. O fim do tráfico negreiro, o desenvolvimento das lavouras de café e o advento da literatura romântica, por exemplo, são alguns fenômenos articulados a esse processo.
A ideologia da industrialização, as ideias antiescravistas e o liberalismo, que ganhavam força no Brasil a partir da década de 1850, ora disputavam espaço ora se conjugavam com os valores tradicionais das elites do Império, fundados no ruralismo, nas relações senhoriais, no poder patriarcal, no clientelismo e na distinção social.
Gabarito:
A ideologia da industrialização, as ideias antiescravistas e o liberalismo, que ganhavam força no Brasil a partir da década de 1850, ora disputavam espaço ora se conjugavam com os valores tradicionais das elites do Império, fundados no ruralismo, nas relações senhoriais, no poder patriarcal, no clientelismo e na distinção social.
a) Os anúncios que proliferavam na mídia e nos espaços urbanos do Rio de Janeiro na década de 1850 eram financiados por comerciantes norte-americanos. Tais anúncios faziam propaganda abolicionista, pregavam a respeito da necessidade da industrialização e divulgavam ideias liberais.
Correta. A questão está no contexto de 1850, ano da Lei Eusébio de Queiroz, no cenário dos anos finais da escravidão e da liberdade de imprensa no Império Brasileiro. O texto diz “agente do industrialismo, esse representante vivo do "make money"” em referência aos anúncios estrangeiros que defendiam a industrialização e a abolição
b) A década de 1850 representa um momento da História do Brasil em que o liberalismo e os valores burgueses começavam a seduzir setores da elite imperial. Sintomas disso são as primeiras tentativas de industrialização e a construção das primeiras estradas de ferro no Brasil.
Correta. Além disso, estes ideais estão presentes nos movimentos abolicionistas
c) A partir da década de 1850, o processo de introdução de ideias liberais e valores capitalistas no Brasil imperial foi intensificado. O fim do tráfico negreiro, o desenvolvimento das lavouras de café e o advento da literatura romântica, por exemplo, são alguns fenômenos articulados a esse processo.
Correta. A data de 1850 é extremamente marcante devido a Lei Eusébio de Queirós que acabou por dar mais força aos movimentos abolicionistas que desencadearam posteriormente o fim do tráfico negreiro, o desenvolvimento das lavouras de café e o advento da literatura romântica
d) A ideologia da industrialização, as ideias antiescravistas e o liberalismo, que ganhavam força no Brasil a partir da década de 1850, ora disputavam espaço ora se conjugavam com os valores tradicionais das elites do Império, fundados no ruralismo, nas relações senhoriais, no poder patriarcal, no clientelismo e na distinção social.
Incorreta. Os valores liberais, abolicionistas e principalmente os ideais dos que pleiteavam a industrialização eram totalmente contrários aos valores tradicionais da sociedade à época. Ou seja, para que o país avançasse em termos de industrialização, não poderia haver escravidão (isso porque a industrialização demanda mão de obra barata e que componha o mercado consumidor). Além disso, o liberalismo, em teoria, não conjugava em seus ideais com os valores tradicionais das elites do Império, em especial nas que eram pautadas no poder patriarcal, no clientelismo e na distinção social.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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