Questão 41027

(Uel 2009)  A ação política pressupõe a possibilidade de decidir, através da palavra, sobre o bem comum. Esta acepção do termo ‘política’, somente válida enquanto ideal aceito, guarda uma estreita relação com a concepção de política defendida por Habermas. Em particular, com o modelo normativo de democracia que este desenvolveu no início dos anos de 1990 e que inclui um procedimento ideal de deliberação e tomada de decisões: a chamada política deliberativa.

(VELASCO ARROVO, J. C. Para ler Habermas. Madrid: AIIanza, 2003, p. 93.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a democracia no pensamento de Habermas, considere as afirmativas a seguir.

I. As normas se tornam legitimas pelo fato de terem sido submetidas ao crivo participativo de todos os concernidos.

II. O principio da regra da maioria está subordinado à possibilidade prévia de que todos os concernidos tenham tido a oportunidade de apresentar seus posicionamentos de forma argumentativa e sem coerção.

III. A deliberação visa formalizar posições cristalizadas pelos membros da sociedade política, limitando-se ao endosso das opiniões prévias de cada um.

IV. As práticas políticas democráticas restringem-se à escolha, mediante sufrágio universal, dos Iíderes que governam as cidades.


Assinale a alternativa correta.

A

Somente as afirmativas I e II são corretas.   

B

Somente as afirmativas II e IV são corretas.   

C

Somente as afirmativas III e IV são corretas.

D

Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

E

Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.

Gabarito:

Somente as afirmativas I e II são corretas.   



Resolução:

 

A preocupação de Habermas, na elaboração do conceito de democracia deliberativa, se volta para a forma como os cidadãos legitimam de forma racional as regras do jogo democrático. O pensador acredita que, ao contrário do que afirma a teoria democrática "convencional", o voto não é suficiente para fundamentar a democracia. O que a teoria do discurso propõe é um "procedimento ideal para a deliberação e tomada de decisão", que avançaria em termos da fundamentação e legitimação das regras democráticas.

Operar as políticas deliberativas depende da institucionalização dos procedimentos e das condições de comunicação, assim como da inter-relação de processos deliberativos institucionalizados com as opiniões públicas construídas informalmente. Segundo essa teoria, a legitimação do processo democrático deriva dos procedimentos comunicativos da formação democrática da vontade e da opinião. Estas, por sua vez, são canais para a racionalização discursiva das decisões do governo e da administração. Tal formação da vontade e da opinião democráticas, vinculada ao poder administrativo, permite a monitoração do exercício do poder político e da realização de programas.

 

CORRETAS:

I. As normas são legítimas porque todos se envolveram na sua criação. 

II. O princípio da regra da maioria só pode existir se, antes dele, houver um debate público, no qual todos os participantes podem apresentar suas ideias argumentativamente e sem coerção externa, ou seja, sem influência ou controle de outrem.

 

INCORRETAS:

III. A deliberação visa legitimar o processo democrático a partir do debate e da participação. 

IV. As práticas políticas democráticas, na visão habermasiana, não podem ser fundamentadas apenas no voto, mas também na deliberação. 



Questão 1841

(Uel 2010) Observe a frase: “Os deputados decidiram errar onde não poderiam” e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo “onde”.

 

O labirinto da internet

 

Um paradoxo da cultura contemporânea é a incapacidade da maioria dos políticos de entender a comunicação política. Essa disfunção provoca, muitas vezes, resultados trágicos. É o caso da lei votada pela Câmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleições. Se aprovada sem mudanças pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa área em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo – sua legislação de comunicação eleitoral. Sim, a despeito da má vontade de alguns e, a partir daí, de certos equívocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislações de comunicação eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renúncia fiscal, é tão conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidária em anos não eleitorais ou a ridícula proibição de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde não poderiam. Mas era um erro previsível. A internet é o meio mais perturbador que já surgiu na comunicação. Para nós da área, ela abre fronteiras tão imprevisíveis e desconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a física, a descoberta do código genético para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a música. Na comunicação política, a internet é rota ainda difícil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expressão política tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rádio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer política. Mas nada perto dos efeitos que trará a internet. Não só por ser uma multimídia de altíssima concentração, mas também porque sua capilaridade e interatividade planetária farão dela não apenas uma transformadora das técnicas de indução do voto, mas o primeiro meio na história a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor não vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contínua e constante.

(Adaptado de: SANTANA, João. O labirinto da internet. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009).

 

 

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Questão 1842

(Uel 2010) Considerando as frases a seguir:

I. “Minha nova bolsa da Luiz Vitão”.

II. “Pelo tamanho, deve caber todos os seus sonhos”.

 

 

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Questão 1854

(UEL - 2010) 

FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.

(Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm>. Acesso em: 26 jul. 2009)

Considere o trecho:

“Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.”.

As palavras grifadas são

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Questão 1859

(Uel 1997) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO. As expressões em destaque na frase anterior são, respectivamente,

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