Questão 14672

(UFU - 2011)

No pórtico da Academia de Platão, havia a seguinte frase: “não entre quem não souber geometria”. Essa frase reflete sua concepção de conhecimento: quanto menos dependemos da realidade empírica, mais puro e verdadeiro é o conhecimento tal como vemos descrito em sua Alegoria da Caverna.

“A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a toda a realização imperfeita do círculo na areia ou na tábula recoberta de cera. Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito. Isso não impede que essa ideia também esteja presente no círculo imperfeito que eu tracei. É assim que aparece a ideia ou a forma.”

JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p.

Com base nas informações acima, assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento de Platão.

A

A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento não deriva do “mundo inteligível”, mas do “mundo sensível”.

B

Todo conhecimento verdadeiro começa pela percepção, pois somente pelos sentidos podemos conhecer as coisas tais quais são.

C

Quando traçamos um círculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do “mundo inteligível” não são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”.

D

As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o “mundo inteligível” é onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros.

Gabarito:

As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o “mundo inteligível” é onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros.



Resolução:

d) Correta. As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o “mundo inteligível” é onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros.
Platão concebe que o conhecimento verdadeiro reside no mundo inteligível, alcançado a partir do uso da razão, da associação de ideias.

 

a) Incorreta. A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento não deriva do “mundo inteligível”, mas do “mundo sensível”.
A Alegoria da Caverna demonstra que o verdadeiro conhecimento deriva do “mundo inteligível” e não do “mundo sensível”.

b) Incorreta. Todo conhecimento verdadeiro começa pela percepção, pois somente pelos sentidos podemos conhecer as coisas tais quais são.
Platão acredita que somente pela razão é possível conhecer as coisas tais como são. As ideias são as causas e princípio de identificação dos seres, e não os sentidos.

c) Incorreta. Quando traçamos um círculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do “mundo inteligível” não são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”.
Pelo contrário: o círculo imperfeito expressa a ideia do círculo perfeito que existe no mundo inteligível. Como aponta o trecho: "Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito. Isso não impede que essa ideia também esteja presente no círculo imperfeito que eu tracei."



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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