As mães, as filhas, as irmãs, representantes da Nação pedem ser constituídas
em Assembleia Nacional. Considerando que a ignorância, o esquecimento ou o
menosprezo dos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças
públicas e da corrupção do governo, resolvemos expor, numa declaração solene,
os direitos naturais, inalteráveis e sagrados da mulher. Em consequência, o sexo
superior em beleza, como em coragem nos sofrimentos maternais, reconhece e
declara, em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos
da mulher e da cidadã.
Art. 1 - A mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos. As
distinções sociais não podem ser fundadas, senão, sobre a utilidade comum.
Art. 2 - A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos
naturais e imprescritíveis da mulher e do homem. Estes direitos são: a
liberdade, a prosperidade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão.
Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. 1791. (adaptado)
O documento acima foi proposto à Assembleia Nacional da França, durante a
Revolução Francesa, por Marie Gouze. A autora propunha uma Declaração de Direitos da
Mulher e da Cidadã para igualar-se à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
aprovada anteriormente. A proposta de Marie Gouze expressa
o reconhecimento da fragilidade feminina, devendo a Constituição francesa garantir
ações legais e afirmativas com o objetivo de reparar séculos de exploração contra a
mulher.
a participação das mulheres no processo revolucionário e a reivindicação de ampliação
dos direitos de cidadania, com o intuito de abolir as diferenças de gênero na França.
a disputa política entre os Jacobinos e Girondinos, uma vez que estes últimos
defendiam uma radicalização cada vez maior das conquistas sociais no processo
revolucionário.
o descontentamento feminino ante as desigualdades que as leis francesas até então
garantiam entre os integrantes do terceiro Estado e a aristocracia.
Gabarito:
a participação das mulheres no processo revolucionário e a reivindicação de ampliação
dos direitos de cidadania, com o intuito de abolir as diferenças de gênero na França.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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