Questão 13161

(FGV - 2013) "A Reforma, a despeito de sua hostilidade à magia, estimulara o espírito de profecia. A abolição dos intermediários entre o homem e a divindade, bem como a ênfase na consciência individual, deixavam Deus falar diretamente a seus eleitos. Era obrigação destes tornar conhecida a Sua mensagem. E Deus não fazia acepção de pessoas: preferia falar a John Knox do que à sua rainha, Maria Stuart da Escócia. O próprio Knox agradeceu a Deus ter-lhe dado o dom de profetizar, que assim estabelecia que ele era um homem de boa-fé.
Na Inglaterra, as décadas revolucionárias deram ampla difusão ao que praticamente constituía uma profissão nova – a do profeta, quer na qualidade de intérprete dos astros, ou dos mitos populares tradicionais, ou, ainda, da Bíblia."

(HILL, Christopher, O mundo de ponta-cabeça. Ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640. Trad. Renato Janine Ribeiro. São Paulo, Companhia das Letras, 1987, p. 103.)

O texto se refere ao ambiente político e religioso da Inglaterra no século XVII. A esse respeito é CORRETO afirmar:

A

A insatisfação popular na Inglaterra era decorrente da perspectiva protestante de manter os sacerdotes como intermediários entre Deus e os homens.

B

Os revolucionários basearam-se em princípios estritamente racionais e científicos, em uma nítida ruptura com as crenças e o profetismo da época.

C

Apesar de todas as disputas religiosas dos séculos XVI e XVII, os monarcas ingleses mantiveram-se neutros, o que permitiu a preservação da monarquia.

D

Para os revolucionários ingleses, Deus considerava apenas os parlamentares como pessoas aptas a transmitir a doutrina e indicar os caminhos da salvação.

E

A movimentação revolucionária esteve vinculada aos conflitos religiosos decorrentes da chamada Reforma Protestante iniciada no século XVI.

Gabarito:

A movimentação revolucionária esteve vinculada aos conflitos religiosos decorrentes da chamada Reforma Protestante iniciada no século XVI.



Resolução:

a) A insatisfação popular na Inglaterra era decorrente da perspectiva protestante de manter os sacerdotes como intermediários entre Deus e os homens.

Incorreta. Esta alternativa está incorreta ao dizer "perspectiva protestante de manter os sacerdotes como intermediários entre Deus e os homens". 

O seguinte trecho do texto define os ideais protestantes: "A abolição dos intermediários entre o homem e a divindade, bem como a ênfase na consciência individual, deixavam Deus falar diretamente a seus eleitos."

A insatisfação popular se dá na Inglaterra baseada na perspectiva protestante da livre interpretação da bíblia, Deus pode falar diretamente com qualquer um e crente pode interpretar suas palavras, não apenas um grupo seleto. Essa mudança no pensamento religioso auxilia as mudanças no campo político, pois agora o homem acredita que também tem poder de ação no mundo e as coisas podem ser mudadas, o homem pode melhorar o mundo em que vive.

b) Os revolucionários basearam-se em princípios estritamente racionais e científicos, em uma nítida ruptura com as crenças e o profetismo da época.

Incorreta. O texto da questão se refere às mudanças no pensamento religioso na época e o início da ideia de que Deus pode falar diretamente com qualquer um e que todo crente pode interpretar suas palavras, não apenas um grupo seleto. Esta livre interpretação é uma das ideias difundidas pela Reforma Protestante. Ademais, essa mudança no pensamento religioso auxilia as mudanças no campo político, pois agora o homem acredita que também tem poder de ação no mundo e as coisas podem ser mudadas, o homem pode melhorar o mundo em que vive, mas isso não representa uma ruptura total com as filosofias religiosas. Há uma valorização extrema da razão e do científico, mas o religiosa ainda é importante, não é deixado de lado. 

c) Apesar de todas as disputas religiosas dos séculos XVI e XVII, os monarcas ingleses mantiveram-se neutros, o que permitiu a preservação da monarquia.

Incorreta. Os monarcas ingleses não se mantiveram neutros, há inúmeras guerras de religião envolvendo as diretrizes da monarquia em contraste com as da população 

d) Para os revolucionários ingleses, Deus considerava apenas os parlamentares como pessoas aptas a transmitir a doutrina e indicar os caminhos da salvação.

Incorreta. Está errada ao dizer "Deus considerava apenas os parlamentares como pessoas aptas a transmitir a doutrina e indicar os caminhos da salvação." 

O texto da questão se refere às mudanças no pensamento religioso na época e o início da ideia de que Deus pode falar diretamente com qualquer um e que todo crente pode interpretar suas palavras, não apenas um grupo seleto. Esta livre interpretação é uma das ideias difundidas pela Reforma Protestante. Neste contexto os revolucionários ingleses não defendiam que apenas um grupo seleto seria capaz de transmitir a doutrina e indicar os caminhos da salvação.

e) A movimentação revolucionária esteve vinculada aos conflitos religiosos decorrentes da chamada Reforma Protestante iniciada no século XVI.

Correta.



Questão 1849

(FGV - 2005)

Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".

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Questão 1850

(FGV)

Assinale a alternativa gramaticalmente correta.

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Questão 1855

(FGV - 2008)

No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:

Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.

Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.

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Questão 1863

(FGV - 2008)

Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.

ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?

O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.

O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)

A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.

Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".

Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.

A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.

O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.

(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)

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