(PUC/RS - 2013)
Revista de maior circulação no mundo, a Time mostrou como ficaram 1tênues os limites entre a ciência e a ficção. Em reportagem de capa, intitulada “Jovem para sempre”, não 11descarta 19nas entrelinhas a chance de que um dia, quem sabe, 3se 12descubra não a cura das doenças, 8mas a cura da morte.
4Menos sutilmente, estimula a esperança de que talvez o ser humano 13possa chegar aos 300 anos. A revista ancora o sonho em moscas e minhocas que, 5tratadas em laboratórios, passaram a viver muitas vezes mais. A suspeita é de 20que, em algum lugar, seria possível 14desmontar um 21relógio que determina o aparecimento de rugas, seios caídos, pernas flácidas, queda de cabelo.
6Ao tentar 15separar fantasias e bom senso, a reportagem estabelece como hipótese realista que, 9a partir das descobertas médicas das próximas três décadas, a expectativa de vida suba para 120 anos. Seria a continuação do impacto provocado pelo inglês Alexander Fleming, que descobriu o primeiro antibiótico.
Traduzindo: as crianças de hoje se lembrariam de seus pais – 10ou seja, nós – como pessoas que 16morreram jovens porque não 17completaram 80 22anos. 11Assim como achamos que nossos tataravós morriam cedo porque não 18completavam 60 anos de idade.
Os novos mitos nutridos pela tecnologia reforçam o absurdo brasileiro. Dezenas de milhares de crianças que não completam 2parcos 12 meses de vida morrem anualmente, 7porque simplesmente não têm comida ou bebem água contaminada.
DIMENSTEIN, Gilberto. Expectativa de vida. In: _____. Aprendiz do futuro. São Paulo: Ática: 2004. (fragmento)
Analise as seguintes propostas de alteração da pontuação do texto.
1. Inserir vírgulas antes e depois da expressão “nas entrelinhas” (ref. 19).
2. Substituir por dois-pontos a vírgula que segue o primeiro “que” (ref. 20).
3. Inserir uma vírgula após “relógio” (ref. 21).
4. Substituir o ponto após “anos” (ref. 22) por vírgula seguida de letra minúscula.
As alterações que manteriam o sentido, a coerência e a correção do texto são:
1 e 2, apenas.
1 e 4, apenas.
2 e 3, apenas.
3 e 4, apenas.
1, 2, 3 e 4.
Gabarito:
1 e 4, apenas.
A questão pede para que analisemos as seguintes propostas de alteração da pontuação do texto:
1. Inserir vírgulas antes e depois da expressão “nas entrelinhas” (ref. 19).
“não descarta, nas entrelinhas, a chance de que um dia, quem sabe (...)”
Por se tratar de um advérbio de lugar, não há alteração de sentido no isolamento do termo com vírgulas.
2. Substituir por dois-pontos a vírgula que segue o primeiro “que” (ref. 20).
“A suspeita é de que: em algum lugar, seria possível desmontar um relógio (...)”
O uso dos dois pontos alteraria o sentido, já que se trata de aposto explicativo, que obrigatoriamente estar entre vírgulas.
3. Inserir uma vírgula após “relógio” (ref. 21).
“A suspeita é de que, em algum lugar, seria possível desmontar um relógio, que determina o aparecimento de rugas, seios caídos, pernas flácidas, queda de cabelo.”
O uso da vírgula antes do “que” denota informação acessório a respeito daquele nome que o antecede. Sabemos que não se trata de qualquer relógio (acepção comum da palavra), por isso, não se deve usar a vida.
4. Substituir o ponto após “anos” (ref. 22) por vírgula seguida de letra minúscula.
“(...) porque não completaram 80 anos, assim como achamos (...)”.
Aqui, não alteraria o sentido do texto, apenas o tamanho do período, sem implicações para o contexto.
Dessa maneira, a alternativa correta é a letra [B].
(PUC-SP-2001)
A QUESTÃO É COMEÇAR
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.
No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.
Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.
Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
__________________________________________________________________________________________________________________________________________
Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”
Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.
Indique a alternativa que explicita essa função.
Ver questão
(Pucpr 2004)
"Aula de Português"
A linguagem na ponta da língua,
tão fácil de falar e de entender.
A linguagem na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.)
Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:
Ver questão
(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.
A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.
CAPÍTULO 2 (O CORPO)
Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor
Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés
Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.
Ver questão
(Puccamp 2016)
Editorial
Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.
Comenta-se com correção:
Ver questão