Questão 68060

(UFRN - 2013) Enfrentando grandes dificuldades desde o século III, o Império Romano do Ocidente fragmentou-se após as invasões dos povos bárbaros e, nesse território, formaram-se novas sociedades. Os historiadores consideram esse período como uma nova fase na história da chamada Europa Ocidental: a Alta Idade Média, marcada principalmente

A

pelo poder centralizado nas mãos dos reis, garantindo a estabilidade dos novos Estados que se formaram.

B

pela religião cristã, que favoreceu a mescla dos elementos culturais romanos e germânicos.

C

pela prosperidade das cidades, lugares preferidos pelos povos germânicos para se fixarem.

D

pelo predomínio do regime escravocrata, o qual sustentava uma economia comercial dinâmica.

Gabarito:

pela religião cristã, que favoreceu a mescla dos elementos culturais romanos e germânicos.



Resolução:

a) pelo poder centralizado nas mãos dos reis, garantindo a estabilidade dos novos Estados que se formaram.

Incorreta.  No feudalismo, nota-se o fenômeno da forte fragmentação político-administrativa, em que cada senhor feudal ou rei feudal era responsável por uma quantidade menor de território, fracionando sua administração através de laços de vassalagem ao constituir os pactos feudo-vassálicos. 

 

b) pela religião cristã, que favoreceu a mescla dos elementos culturais romanos e germânicos.

Correta.  Nota-se que a miscelânea entre elementos germânicos e romanos está nítida na organização social feudal ao ter em vista que as relações feudo-vassálicas surgiram das relações de comitatus romana, bem como o colonato foi uma das bases para o surgimento da servidão feudal. Além disso, diversos aspectos da sociedade germânica eram incorporados ao regime feudal, como o beneficium, que era, basicamente, um soldo de guerra, isto é, uma recompensa dada pelos chefes militares germânicos aos guerreiros - davam-lhe posse de terras após conquistas. Essa recompensa era muito presente também nas sociedades organizadas sob moldes feudais, refletindo também o modo como estas eram culturalmente e socialmente pautadas na organização social romana e "bárbara", dentre outros elementos e fatores que podem ser aqui mensurados. 

 

c) pela prosperidade das cidades, lugares preferidos pelos povos germânicos para se fixarem.

Incorreta.  Nesse contexto, processos de ruralização foram predominantes, e haviam poucas cidades grandes e movimentadas onde o feudalismo predominava. Quando existiam, eram como centros comerciais, a exemplo de Veneza, na Península Itálica. 

 

d) pelo predomínio do regime escravocrata, o qual sustentava uma economia comercial dinâmica.

Incorreta.  No contexto temporal e territorial em que a organização social feudal foi predominante, o trabalho escravo era raro, mais voltado às funções domésticas. Nestes, o regime servil de trabalho era o predominante, e encontrava-se como uma das bases do sistema. 



Questão 2562

(Ufrn 2013)

 

Para construir o ponto de vista sobre o tema, o autor do Texto 1

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Questão 2563

(Ufrn 2013)

 

É correto afirmar que o Texto 1

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Questão 2564

(Ufrn 2013)

 

De acordo com o Texto 1, os “quadrúpedes” são caracterizados por

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Questão 2565

(UFRN - 2013)

TEXTO 1

Assassinato a 4 rodas

Matheus Pichonelli

Nas sociedades indígenas, a passagem para a vida adulta é um grande evento. Muitas vezes os rituais são marcados por testes que envolvem dor e paciência, como acontece nas tribos sateré-mawé, que vivem entre o Amazonas e o Pará. Ali, antes de se tornarem homens, os indiozinhos são obrigados a colocar a mão numa luva tomada por formigas tucandeiras. Se resistir 15 minutos, será homem.

Nas aldeias de concreto e asfalto, o batismo para a maioridade coincide com o momento em que deixamos de ser bípedes e nos tornamos quadrúpedes, numa espécie de salto na linha evolutiva. O ritual acontece entre os 17 e 18 anos, quando os anciãos nos levam para os arrebaldes da cidade e emprestam as chaves dos seus carros. A instrução é mínima: engata aqui, coloca o pé ali (quando já alcançamos os pedais), olha sempre para o retrovisor. Numa conversão mágica entre líquidos arrancados do seio da terra (ou da camada de pré -sal) e a atmosfera de gás carbônico, passamos finalmente a andar com as próprias rodas.

A sensação de liberdade é concluída meses depois, quando pagamos para que alguém nos ensine educação no trânsito. Para alguns, é como tirar porte de arma, embora alguns prefiram retirar o documento no mercado clandestino – porque uma das características do bom quadrúpede é a pressa. Seja como for, a ideia de liberdade tem lá sua relação com as luvas das tucandeiras. A diferença é que as picadas levam mais de 15 minutos: "Se passar na faculdade, compro um desses pra você". Ou: "Empresto o meu desde que você passe de ano". Ou: "Compro, empresto, financio pra você, desde que você desfile na rua do vizinho".

Quando nos tornamos quadrúpedes, ganhamos acesso a eventos e lugares que nos pareciam distantes até os 18 anos, como motéis, clubes e baladas. Já não precisamos combinar horários de saída ou chegada. Nem esperar a reabertura do metrô às quatro e meia da manhã. A liberdade de ir e vir é conquistada, dessa forma, por um novo contrato social, selado a partir da benevolência (e patrocínio) dos pais. Aos 18 anos, aprendemos a ser livres antes mesmo de saber lavar as próprias meias.

Quadrúpedes de carteirinha, passamos finalmente a atuar no papel que esperam de nós. Num tempo de diálogos truncados, em que a polifonia de vozes na multidão anula os traços da personalidade que grita, lotamos de adesivos e rodas rebaixadas os automóveis que falarão por nós. Já não protestamos; buzinamos. Não corremos; aceleramos. Não agredimos; damos cavalos de pau. Cada um a seu jeito, para se fazer notar na multidão que se espreme em espaços cada vez mais reduzidos nas mesmas ruas, as mesmas zebras que protegem os bípedes e suas limitadas ideias sobre liberdade.

Para ser quadrúpede, vale a pena deixar de comer, beber, viajar (ironia) para financiar o carro zero. Há, do lado de fora, uma indústria automobilística que entope, com benefícios governamentais, nossas ruas e povoam nossos fetiches: até 2014, haverá um carro para cada 4 habitantes no Brasil, embora, no mesmo País, apenas uma a cada duas pessoas tenha acesso a esgoto. As ruas não se multiplicam com a mesma velocidade das esteiras rolantes, mas a ideia de transporte coletivo é quase um retorno à idade média: por que colocar 60 bípedes num mesmo ônibus se eles podem se multiplicar, no conforto do ar condicionado, em 60 quadrúpedes solitários?

Na passagem pela maioridade, o ensinamento nada tem a ver com espaço, e sim com conquista. As patas são quatro, mas o bem é individual – à imagem e semelhança de seus donos. Tanto que, em alguns casos, já não se sabe quem é quem: ao deixar as quatro rodas, há quem siga andando de quatro, como o caso do dono do Camaro que atropelou duas mulheres e bateu em pelo menos dois carros na volta da balada, num saldo de quatro feridos e um morto.

Veloz e furioso, só parou no último acidente, quando voou direto para a delegacia e foi socorrido pelo papai, que bancou os 245 mil reais de fiança. Quadrúpede que é quadrúpede não fica mais de três dias na prisão.

Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/>. Acesso em: 7 jul. 2012.

TEXTO 2

Uma peça da campanha educativa para o carnaval de 2011. Essa campanha foi promovida pelo Ministério das Cidades e teve circulação restrita aos bares de três capitais: Recife, Rio de Janeiro e Salvador.

Disponível em: <http://www.eusoulegalnotransito.com.br/> Acesso em: 6 jul. 2012. [Adaptado]

TEXTO 3

Um infográfico que ilustrou uma reportagem intitulada “Quase 50% das multas do Rio são por excesso de velocidade”, de autoria de Monique Cardone, sobre os índices de infrações no trânsito do Rio de Janeiro.

Considerando os contextos de produção, os propósitos comunicativos dominantes no Texto 1 e no Texto 3 são, respectivamente

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