(PUC-PR - 2014)
Leia a estrofe do texto a seguir e, em seguida, assinale a alternativa que corresponde ao verdadeiro sentido das acusações contra Sócrates.
“O que vós, cidadãos atenienses, haveis sentido com o manejo dos meus acusadores, não sei; o certo é que eu, devido a eles, quase me esquecia de mim mesmo, tão persuasivos foram. Contudo, não disseram nada de verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro: aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado para não serdes enganados por mim, como homem hábil no falar”
(PLATÃO, 1987, p. 33)
Para Aristóteles, principal acusador de Sócrates, o problema consiste nas falácias que o filósofo ensina como conhecimento verdadeiro para os jovens de Atenas, os quais acabam por fazer de Sócrates uma espécie de ídolo em contraposição aos verdadeiros deuses.
De acordo com o próprio Sócrates, nesse seu texto autobiográfico, as acusações contra ele têm um caráter eleitoral, visto que seus acusadores estavam interessados nas próximas eleições, mais do que no próprio julgamento.
A acusação contra Sócrates é, para Platão, um problema de relacionamento afetivo entre o acusado e seus acusadores, na verdade, tratou-se de uma questão passional ligada ao amor de Alcebíades por Sócrates.
O principal motivo das acusações contra Sócrates diz respeito à suposta revelação feita pelo Oráculo de Delfos de que ele seria o homem mais sábio da Grécia, o que acabou causando muita inveja a Meleto, que almejava tal status de sábio.
Sócrates não está sendo acusado simplesmente porque não respeita o culto aos deuses ou por perverter a juventude, mas sim pelo fato de estar incomodando a aristocracia ateniense ao denunciar seus vícios baseados na ignorância e defender a busca da verdade e da virtude.
Gabarito:
Sócrates não está sendo acusado simplesmente porque não respeita o culto aos deuses ou por perverter a juventude, mas sim pelo fato de estar incomodando a aristocracia ateniense ao denunciar seus vícios baseados na ignorância e defender a busca da verdade e da virtude.
e) Correta. Sócrates não está sendo acusado simplesmente porque não respeita o culto aos deuses ou por perverter a juventude, mas sim pelo fato de estar incomodando a aristocracia ateniense ao denunciar seus vícios baseados na ignorância e defender a busca da verdade e da virtude.
De fato, pois Sócrates acreditava nos deuses e buscava ensinar o caminho da justiça amparado na razão para a juventude; a acusação era movida pelas denúncias que o filósofo realizava contra a falsa sabedoria da aristocracia ateniense, baseada na aparência e no poder retórico, que julgava-se sábia, porém ignorante da verdade, como muitas vezes demonstrava Sócrates por meio de sua ironia. Além disso, ele denunciava os vícios dessa aristocracia que se fundamentava na ignorância do bem e da verdade.
a) Incorreta. Para Aristóteles, principal acusador de Sócrates, o problema consiste nas falácias que o filósofo ensina como conhecimento verdadeiro para os jovens de Atenas, os quais acabam por fazer de Sócrates uma espécie de ídolo em contraposição aos verdadeiros deuses.
A alternativa é completamente falsa, pois, primeiro, Aristóteles não conhecera Sócrates para este se defender dele, já que correspondem a épocas diferentes — Aristóteles foi discípulo de Platão e este de Sócrates, porém aquele primeiro não teve contato direto com este último. Segundo, Aristóteles nem ao menos criticava Sócrates por ser uma contraposição aos verdadeiros deuses, pois não os defendia.
b) Incorreta. De acordo com o próprio Sócrates, nesse seu texto autobiográfico, as acusações contra ele têm um caráter eleitoral, visto que seus acusadores estavam interessados nas próximas eleições, mais do que no próprio julgamento.
As acusações contra Sócrates não tinham um caráter eleitoral, nem para ele e nem para os sofistas, até porque a democracia, em Atenas, era direta e não representativa para que houvesse eleições de representantes políticos.
c) Incorreta. A acusação contra Sócrates é, para Platão, um problema de relacionamento afetivo entre o acusado e seus acusadores, na verdade, tratou-se de uma questão passional ligada ao amor de Alcebíades por Sócrates.
Essa não é a base das acusações contra Sócrates, nem mesmo para Platão, tampouco para o próprio Sócrates, quanto para os seus acusadores.
d) Incorreta. O principal motivo das acusações contra Sócrates diz respeito à suposta revelação feita pelo Oráculo de Delfos de que ele seria o homem mais sábio da Grécia, o que acabou causando muita inveja a Meleto, que almejava tal status de sábio.
De fato, Sócrates confirma tal revelação feita pelo Oráculo de Delfos, porém esta não causara inveja em Meleto, promotor no julgamento e execução do filósofo Sócrates. As críticas de Meleto estão relacionadas à corrupção dos jovens e pela crença de Sócrates em espíritos estranhos aos deuses do estado, embora, na verdade, a crítica tenha sido movida pelas denúncias de Sócrates contra os sofistas.
(PUC-SP-2001)
A QUESTÃO É COMEÇAR
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.
No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.
Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.
Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”
Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.
Indique a alternativa que explicita essa função.
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(Pucpr 2004)
"Aula de Português"
A linguagem na ponta da língua,
tão fácil de falar e de entender.
A linguagem na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.)
Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:
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(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.
A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.
CAPÍTULO 2 (O CORPO)
Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor
Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés
Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.
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(Puccamp 2016)
Editorial
Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.
Comenta-se com correção:
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