(PUC/RJ - 2014) “O ódio contra o clero, muito extenso, desempenhou o seu papel (...). A cobiça, o endividamento e os cálculos políticos, também devem ser levados em conta. Mas a mensagem dos reformadores, respondeu – isto é indubitável – a uma intensa sede espiritual que a igreja oficial foi incapaz de satisfazer (...) os pregadores da reforma não necessitaram de nenhum apoio político para atrair seus partidários, ainda que esse apoio se fizesse necessário para consolidar os resultados alcançados pelo ataque inicial dos profetas. Não se pode esquecer que, em seus inícios, a Reforma foi um movimento espiritual com uma mensagem religiosa.”
(Lucien Febvre apud MARQUES, Adhemar Martins; BERUTTI, Flavio Costa, FARIA, Ricardo de Souza. História Moderna Através de Textos. São Paulo: Contexto, 2005 - coleção textos e documentos - 3.)
Em relação aos movimentos religiosos que atingiram a Europa no século XVI, é INCORRETO afirmar que:
Lutero, apesar de não ter sido o primeiro teólogo a se posicionar de forma contrária à Igreja, apresentava como um dos pontos centrais de seus questionamentos a condenação da prática, coordenada pelos próprios membros do clero católico, da venda de indulgências, de relíquias e de cargos religiosos.
as reformas religiosas levaram a Europa a testemunhar sangrentas rebeliões e guerras, que, apesar de figurarem como motivadas por questões de cunho estritamente religioso, estavam também associadas a disputas políticas ou insatisfações das camadas menos favorecidas da população.
o Anglicanismo surgiu na Inglaterra sob o governo de Henrique VIII. Este, sendo um religioso fervoroso, começou a questionar e, posteriormente, a criticar, alguns dogmas como os sacramentos do matrimônio e do celibato. Essa discordância teve como consequência a ruptura definitiva com a Igreja Católica.
a contrarreforma foi a resposta dada pela Igreja Católica, a partir de duas frentes de ação: por um lado procurou corrigir alguns desvios de conduta de seus membros, alvos recorrentes de ataque dos reformadores; e por outro reafirmou os dogmas que foram condenados pelas novas religiões.
o calvinismo pregava a devoção à oração e ao trabalho como valores edificadores daqueles que, segundo a doutrina da predestinação, estariam encaminhados ao paraíso. Os homens que não vivessem de acordo com esses valores, sinalizariam que seu destino seria a danação no inferno.
Gabarito:
o Anglicanismo surgiu na Inglaterra sob o governo de Henrique VIII. Este, sendo um religioso fervoroso, começou a questionar e, posteriormente, a criticar, alguns dogmas como os sacramentos do matrimônio e do celibato. Essa discordância teve como consequência a ruptura definitiva com a Igreja Católica.
a) Lutero, apesar de não ter sido o primeiro teólogo a se posicionar de forma contrária à Igreja, apresentava como um dos pontos centrais de seus questionamentos a condenação da prática, coordenada pelos próprios membros do clero católico, da venda de indulgências, de relíquias e de cargos religiosos.
Correta. Lutero era um clérigo católico à época da Reforma, e só foi excomungado após a publicação de suas 95 teses. Ou seja, ele representava uma insatisfação inerente ao próprio Clero em relação à práticas e dogmas presentes na Igreja.
b) as reformas religiosas levaram a Europa a testemunhar sangrentas rebeliões e guerras, que, apesar de figurarem como motivadas por questões de cunho estritamente religioso, estavam também associadas a disputas políticas ou insatisfações das camadas menos favorecidas da população.
Correta. Diversos conflitos, tanto em âmbito interno à cada Estado europeu desse contexto quanto no cenário das disputas internacionais que ocorriam, tinham como cerne as disputas religiosas provocadas pelas reformas protestantes, como a Guerra dos 30 Anos.
c) o Anglicanismo surgiu na Inglaterra sob o governo de Henrique VIII. Este, sendo um religioso fervoroso, começou a questionar e, posteriormente, a criticar, alguns dogmas como os sacramentos do matrimônio e do celibato. Essa discordância teve como consequência a ruptura definitiva com a Igreja Católica.
Incorreta. A principal motivação de Henrique VIII, rei da Inglaterra, ao realizar a ruptura religiosa com a Igreja Católica esteve pautada em razões políticas, uma vez que o papa não concedeu ao monarca o divórcio com a princesa Catarina do reino de Aragão. Como sua esposa não gerou herdeiros masculinos, Henrique VIII temia que a Inglaterra caísse em mãos espanholas após a sua morte. Os dogmas permaneceram similares, mas a Igreja passou à tutela do Estado.
d) a contrarreforma foi a resposta dada pela Igreja Católica, a partir de duas frentes de ação: por um lado procurou corrigir alguns desvios de conduta de seus membros, alvos recorrentes de ataque dos reformadores; e por outro reafirmou os dogmas que foram condenados pelas novas religiões.
Correta. A contrarreforma é entendida como a reação da Igreja Católica ao avanço do protestantismo pela Europa. Ocorrida mediante uma série de ações realizadas pela Santa Sé no Concílio de Trento, em 1545, que incluíram a catequização de pessoas por meio das ordens religiosas criadas, como a dos jesuítas, a reativação do tribunal da Inquisição, a proibição de certos livros pelo Index Librorum Prohibitorum, dentre outras ações.
e) o calvinismo pregava a devoção à oração e ao trabalho como valores edificadores daqueles que, segundo a doutrina da predestinação, estariam encaminhados ao paraíso. Os homens que não vivessem de acordo com esses valores, sinalizariam que seu destino seria a danação no inferno.
Correta. Deve-se compreender o movimento religioso Calvinista sob seu contexto político e social, especialmente nos termos de que se defendia, nesse tipo de pensamento religioso, uma ética que agradou a burguesia, que incorporava diretrizes comportamentais a justificar, permitir e legitimar a ação da burguesia. Nesse sentido, podemos observar que na doutrina da Predestinação Absoluta, Calvino afirmava que Deus, desde sempre, já sabia quem eram as pessoas que seriam salvas por ele, assim como as que não seriam. Portanto, para o calvinismo, Deus é o soberano de todas as coisas e nada acontece se não for conforme a sua vontade. Quem não perseverasse sob tais comportamentos não seria escolhido, e quem os incorporasse, seriam os predestinados tanto à riqueza que lhe seria merecida na terra, quanto ao reino dos céus.
(PUC-SP-2001)
A QUESTÃO É COMEÇAR
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.
No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.
Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.
Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:
“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”
Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.
Indique a alternativa que explicita essa função.
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(Pucpr 2004)
"Aula de Português"
A linguagem na ponta da língua,
tão fácil de falar e de entender.
A linguagem na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.)
Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:
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(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.
A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.
CAPÍTULO 2 (O CORPO)
Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor
Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés
Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.
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(Puccamp 2016)
Editorial
Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.
Comenta-se com correção:
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