(UFU - 2014 - Meio do ano)
Encruzilhada ética
Observar e denunciar posturas inadequadas é algo que exige uma longa reflexão moral sobre os próprios valores e os códigos enraizados na vida social.
No filme Fale com Ela, do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, um enfermeiro cuida de sua paciente de 24 anos, em estado vegetativo, numa clínica de Madri. Ele é perdidamente apaixonado pela garota. Com sua companheira de labuta, o profissional a lava todos os dias, corta os cabelos da enferma e mantém suas unhas pintadas regularmente. Um belo dia faz sexo com a jovem e descobre-se que ela está grávida.
Diante da situação, o enfermeiro é denunciado, considerado culpado e acaba sendo preso. O caso é extremo e faz parte da ficção cinematográfica. Mas, tomando a trama como verdadeira, o que você faria se fosse a companheira de trabalho do enfermeiro e descobrisse o ato? Denunciaria ou não seu colega? E em outras situações nas quais também nos deparamos com profundas questões morais, como denunciar uma falcatrua, seja ela do chefe ou da empresa, colocando a perder, respectivamente, o sustento da família, o próprio emprego e o emprego de toda uma equipe? O que fazer?
GALLI, Marcelo. Encruzilhada ética. Filosofia: ciência e vida. São Paulo: Editora Escala. Ano 1, n. 1, 2006. p. 44-51. (Fragmento)
Considerando o título do texto, a chamada apresentada abaixo desse título e o veículo em que ele foi publicado, a saber, uma revista de divulgação científica, as sequências textuais injuntivas, apresentadas no trecho em negrito, cumprem, primordialmente, a função de
gerar polêmica em torno de questões de ordem moral.
desencadear uma crise ética no setor empresarial.
conduzir o leitor a um processo de reflexão.
levar o leitor a tomar decisões radicais diante de falcatruas.
Gabarito:
conduzir o leitor a um processo de reflexão.
[C]
Considerando o título do texto, a chamada apresentada abaixo desse título e o veículo em que ele foi publicado, a saber, uma revista de divulgação científica, as sequências textuais injuntivas, apresentadas no trecho em negrito, cumprem, primordialmente, a função de conduzir o leitor a um processo de reflexão, uma vez que as questões se dirigem diretamente ao leitor, provocando uma reflexão pessoal:
“(...) o que você faria se fosse a companheira de trabalho do enfermeiro e descobrisse o ato? Denunciaria ou não seu colega? E em outras situações nas quais também nos deparamos com profundas questões morais, como denunciar uma falcatrua, seja ela do chefe ou da empresa, colocando a perder, respectivamente, o sustento da família, o próprio emprego e o emprego de toda uma equipe? O que fazer?”
A alternativa C, portanto, é a correta.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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